Mantenha teus padrões altos, sim!

Vou iniciar este texto reforçando isto: os “teus” padrões.

Agora, vamos lá.

Passamos (e estamos passando) por reconfigurações sociais que nos libertam – ainda bem – de cobranças e exigências externas que mais nos fazem sofrer e nos sentir insuficientes do que nos motivar a melhorarmos. Questionamos o que significa beleza, corpo em forma, sucesso profissional, família feliz, etc.

O problema está quando acabamos limitando o nosso desenvolvimento justamente por questionarmos a legitimidade dos nossos desejos de sermos melhores para atender à cultura do “desconstruído”.

- Será que eu devo mesmo ir à academia todos os dias? Isso não seria reforçar o culto ao corpo?

- Será que eu devo mesmo perder peso? Isso não seria reforçar um estereótipo de beleza?

- Será que eu devo trocar de emprego por mais dinheiro? Isso não seria me render ao capitalismo?

- Será que eu devo querer casar e ter filhos? Isso não seria me sujeitar ao patriarcado?

Cuidado

Se, por um lado existem questões opressivas reais que devem ser consideradas, por outro eu (Sheila, meu texto, minha opinião) vejo o crescimento de uma cultura da mediocridade que tenta nivelar a galera por baixo: o grotesco substitui o belo, ser nerd é cafona, ter grana é pecado, ser magro é ofensa, e por aí vai.

Pois não se limite:

- Veio de família abastada? Privilégio teu. Honre essa herança e faça algo excelente com isso.

- Acha que dinheiro traz felicidade? Então corre atrás disso e vai ser bem feliz nas Maldivas.

- Veio pra esse mundo bem desenhado e com aquele metabolismo invejável? Ótimo. Desfile por aí bem linda mesmo.

- Gosta de ir à academia, tem tempo e grana pro whey? Então faça mais 10 agachamentos por mim.

- Sonha em ter um alto cargo numa multinacional? Pois saiba que você tem pouca concorrência.

- Quer um casamento de princesa, filhos, e um café da manhã de comercial de margarina? Toca ficha e, depois, posta foto.

Se for pra atender a algum padrão, que ele seja de excelência – nos teus termos.