Filtros e oráculos do café

Há muitos métodos para se preparar um bom café, mas o café no coador, com certeza, é um dos mais tradicionais e preferidos pelos brasileiros. Poder sentir o aroma do café sendo coado no filtro, com aquele som muito característico da água fervente passando, é uma das experiências que acolhem e acalmam, principalmente nestes tempos difíceis em que vivemos.

Seja no conforto do lar ou na cafeteria, diretamente na xícara, esse método se modernizou com o lançamento de novos tipos de filtros. Nesta semana, vamos falar um pouco sobre dois deles: o Hario, criado por uma empresa japonesa e hoje difundido internacionalmente, e o Koar, criado por uma empresa brasileira.

Saindo do filtro para a xícara, vamos comentar também sobre a cafeomancia, método milenar de ver o destino no fundo da xícara em que tomamos café, através da imagem formada pela borra. Uma psicopedagoga gaúcha conheceu o oráculo em uma viagem e há 30 anos ajuda as pessoas a obterem respostas sobre sua vida.

O upgrade dos filtros de café

O Hario é o mais conhecido da nova geração de filtros. Criado no Japão, o grande diferencial deste método é seu angulo de 60° que leva o fluxo para o centro, permitindo variações de acordo com a turbulência da água. Com filtro próprio, com papel especial e formato em espiral, tem no relevo interno um dos seus grandes diferenciais pois permite que o ar escape, maximizando a expansão do pó de café.

Mas o Brasil também tem seu filtro 100% nacional. Um publicitário, uma barista e um engenheiro mecatrônico brasileiros criaram em Pernambuco, há quatro anos, o método Koar, que faz sucesso em campeonatos de barismo. Com K por causa de Kaffee (o que é sempre bom explicar no atual momento) chama atenção por seu formato com ondinhas. Esses 16 sulcos ajudam na extração de um café mais encorpado, com doçura mais ressaltada e acidez equilibrada.

Mas, independente do formato de filtro que você escolher, seja um mais modernoso ou aquele bem comum que se compra no supermercado, a dica de dez entre dez baristas é sempre escaldar o filtro de papel antes de passar o café. Isso porque o papel do filtro tem substâncias químicas, que poderão interferir no sabor e qualidade do café. E nenhum coffeelover deseja isso, né?

Cafeomancia: o destino no fundo da xícara

Quando tomamos um café, muitos dos nossos pensamentos ficam plasmando ali na xícara. Assim nasceu a cafeomancia, uma técnica muito antiga de ler o destino na borra do café que fica ao final, na xícara.

Há várias versões para o surgimento deste oráculo. Alguns dizem que foram os egípcios que descobriram mais esse segredo. Mas a cafeomancia foi desenvolvida mesmo pelos árabes e turcos e usada pelas odaliscas dos antigos sultões.

Esse é um oráculo que ajuda no desenvolvimento da intuição, facilitando a comunicação espiritual, à medida que se tenta desvendar os significados dos símbolos.

A pessoa interessada em conhecer seu futuro faz um café bem encorpado e o coloca em uma xícara de louça que deve ter seu interior branco e liso. Ao terminar de tomá-lo, basta virar a xícara ao contrário para que a borra formada pelo pó do café se fixe nas paredes dela.

A psicopedagoga gaúcha Dalila Frota conheceu a Cafeomancia há mais de 30 anos, em uma viagem para a Europa. Desde então, se apaixonou pela técnica e foi aperfeiçoando sua leitura e interpretação. Para Dalila, a leitura da borra de café é um instrumento de narrativa, em que cada pessoa segue sua própria história, revisitada dentro de um universo mágico.

A cafeomante já atendeu em várias cafeterias da capital. Agora, por conta da pandemia, as sessões são agendadas e restritas, mas continuam em escala menor. Interessados podem contatá-la no whats (51) 9187-8528.

Dalila também estará participando do evento Mulheres Cafeinadas, no barco Noiva do Caí, com diversas atrações, que teve sua data adiada em função do agravamento da pandemia, mas que deve acontecer entre o final de março e início de abril. Informações no Sympla.