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Tamy Yasue

Como lidar e aprender com as diferenças culturais em uma viagem

Conhecer hábitos e costumes locais pode evitar situações constrangedoras

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No final do mês de maio, foi amplamente divulgado, o caso do médico gaúcho Victor Sorrentino, que ficou preso no Egito sob acusação de assédio a uma vendedora em vídeo compartilhado no Instagram, durante sua viagem a Luxor onde ele faz piadas de cunho sexual em português e ela acena e sorri, sem entender.

A história ganhou ainda mais repercussão após o movimento feminista Speak Up, com ajuda de movimentos feministas brasileiros, denunciarem o médico às autoridades egípcias. Sorrentino acabou sendo detido e solto após esclarecimentos e pedidos de desculpas.

Situações como essa podem acontecer por falta de conhecimento aos costumes e leis locais, com consequências que podem ser muito graves. Mas qual o limite entre o engraçado e o desrespeitoso?

Conhecer os costumes locais evita dor de cabeça

A regra número 1 para quem vai viajar ao exterior é: informe-se! Busque informações em guias, com pessoas que já estiveram lá ou em fóruns na internet. Procure diferentes fontes, sobretudo com pessoas que possuem um estilo de viagem parecido com o seu. Se você viaja sem guia turístico e sem contratar uma agência, a atenção deve ser redobrada, pois a experiência e o contato com a cultura local é completamente diferente quando você está em um grupo de brasileiros com guia e quando está sozinha.

Na Ásia é comum retirar os sapatos ao entrar em residências e templos.

Alguns costumes são curiosos. Na Tailândia, por exemplo, é rude usar os pés para apontar para alguém ou algo. Na Turquia, fazer o sinal de OK com os dedos é obsceno. No Japão gorjetas são ofensivas. Na Índia e países do Oriente Médio convém evitar oferecer algo a alguém usando a mão esquerda, que é considerada impura por ser a mão usada na higiene íntima.

Estranho? Talvez! Mas vale lembrar que a visitante é você, portanto, se não está disposta a conhecer e conviver com as diferenças culturais, o melhor é ficar no Brasil.

No grupo Mulheres que viajam e mochileiras, no Facebook, há muita informação útil e sororidade. Lá é possível compartilhar o destino que você pretende conhecer e conseguir dicas de quem já esteve no local. Eu fiz amigas e consegui dicas valiosas com mulheres deste grupo, afinal, quem viaja sozinha sabe como é reconfortante ter o número de outra mulher que possa lhe ajudar em caso de emergência.

Na África do Sul se dirige pelo lado esquerdo, não há lixeira no banheiro e 6 da tarde é hora de jantar.

Vantagens de sair da bolha

Sair da bolha pode ser desconfortável e quando se fala de viagem, significa novo idioma, novos sabores, horários diferentes e costumes que podem parecer esquisitos, mas que podem transformar nosso jeito de ver o mundo.

Na Ásia aprendi a retirar o sapato ao entrar em casa e mantenho o hábito até hoje, além de conservar os tapetes limpos por mais tempo. Na África do Sul aprendi a jantar cedo e ganhei mais qualidade no sono, além de perder uns quilinhos.

Aproveite a viagem para descobrir novos costumes e traga, além de souvenirs, novos hábitos para a sua vida.

Em Cuba a comida é deliciosa, mas não espere encontrar fast food, marcas americanas e variedade de restaurantes luxuosos. A melhor pedida é jantar em residências particulares.

por Tamy Yasue

Tamy Yasue é designer, yogui, mergulhadora e apaixonada por esportes. Adora estar em movimento, conhecer novas culturas, pessoas e olhar o mundo de um ângulo diferente, por isso isso viaja sempre que pode e nos intervalos pesquisa sobre novos destinos. Desde março, está vivendo na África do Sul, após a pandemia que parou o mundo.


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