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Tamy Yasue

Meteora, a cidade perto do céu que encanta visitantes

Esconderijo de eremitas, cidade grega foi um segredo bem guardado por séculos e hoje inspira o cinema

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Famosa por suas praias paradisíacas, a Grécia esconde belezas que vão muito além das águas turquesa. O destino europeu, terra dos deuses e deusas, guarda um cenário digno de filmes de fantasia com formações rochosas que inspiraram o Vale de Arryn do seriado Game of Thrones e fizeram parte do filme 007 - Somente para seus olhos (1981). Assim é Meteora, patrimônio tombado pela UNESCO, com paisagens de tirar o fôlego.

De acordo com a história local, os primeiros habitantes de Meteora viviam nas cavernas há mais de 20 mil anos. Mas foi no século XIII que a necessidade levou monges da Igreja Ortodoxa a construir seus retiros no topo das rochas, que chegam aos 549 metros de altura. Na época, os otomanos tomaram a região e, para se proteger, os religiosos que lá viviam permitiam o acesso por meio de escadas de corda que eram atiradas aos convidados.

Em 3 séculos, foram construídos 24 mosteiros e Meteora se tornou um importante centro religioso, posto que mantém até hoje. 

Atualmente 6 mosteiros seguem em funcionamento em Meteora, sendo 1 deles administrado por freiras (o mais florido e decorado!). Os mosteiros são abertos à visitação e não é preciso subir pela corda, há vias de acesso a cada um deles, embora as escadarias exijam algum esforço.

O lugar é surpreendente, com destaque para os mosaicos bizantinos que estão em ótimo estado de conservação e contam histórias que vão desde os primeiros cristãos à paixão de Cristo.

Como se trata de um espaço religioso, recomenda-se vestimentas que cubram os ombros e joelhos, evitando decotes. Mulheres devem usar saia e caso estejam de calça ou short, poderão alugar cangas para se cobrir.

Não espere muito contato com os monges, eles abrem parte do espaço à visitação, mas preferem o isolamento e não costumam interagir com turistas, ao contrário dos gatos que são muito receptivos!

As cidades mais próximas são Kalambaka e Kastraki, sendo a primeira maior e com mais estrutura turística, embora mais distante dos monastérios. Em Kalambaka é possível fazer tudo a pé percorrendo poucas quadras. Há alguns restaurantes servindo pratos típicos e a movimentação é mais intensa após as 17h quando a temperatura fica mais amena e os gregos costumam ocupar os espaços públicos. Já Kastraki, uma pequena vila aos pés das rochas, é para quem busca uma opção mais sossegada: são poucos restaurantes e não há hostel. 

Os monastérios costumam fechar ao público em dias alternados. Portanto, para visitar todos, você precisará ficar mais de uma noite na cidade. Também existem cavernas habitadas por uma pequena comunidade islâmica que podem render uma visita interessante.

Como chegar:

Meteora fica há cerca de 350km da capital Atenas. Você pode ir de carro, de ônibus ou de trem. A cidade mais próxima é Kalambaka e fica a cerca de 5 horas de trem (saindo da estação Larissa) ou 4 horas de ônibus (saindo do Terminal B). 

Caso opte pelo trem ou pelo ônibus, tenha em mente que provavelmente eles irão atrasar e que você encontrará poucas pessoas que dominam o inglês pelo caminho. As estações de trem são anunciadas em grego, mas treinando um pouquinho o ouvido é possivel entender onde descer para a troca de carro.
Na alta temporada, convém comprar os tickets com antecedência.
Tickets de trem aqui.
Tickets de ônibus aqui

Caso opte pelo carro, vale a pena parar nas ruínas de Delfos que fica no caminho. Alugar um carro e dirigir na Grécia é tranquilo e a mão é a mesma do Brasil. Não se esqueça de fazer a permissão internacional antes do embarque e levar dinheiro para o pedágio.

Agência para o tour:

Você pode contratar a agência diretamente no hotel ou em Kalambaka. Mas se quiser deixar tudo organizado, eu recomendo a Meteora Thrones. Eles têm um ótimo serviço e os guias locais tem histórias excelentes.

por Tamy Yasue

Tamy Yasue é designer, yogui, mergulhadora e apaixonada por esportes. Adora estar em movimento, conhecer novas culturas, pessoas e olhar o mundo de um ângulo diferente, por isso isso viaja sempre que pode e nos intervalos pesquisa sobre novos destinos. Desde março, está vivendo na África do Sul, após a pandemia que parou o mundo.


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