O que restou da quarentena?
Gisele Silveira traz questionamentos sobre o que você fez durante o isolamento
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Pois então… desde março, quarentena foi a palavra mais ouvida, tão em alta quanto Covid, coronavírus, pandemia e tantas outras relativas a esse assunto.
Hoje quando fui escrever esta coluna, já com um tema definido, resolvi trocar o assunto e te trazer um questionamento: o que restou da quarentena (que por sinal ainda não acabou e dá sinal de vida longa)? O que aconteceu nesse período? Quais foram os efeitos que ela trouxe na tua vida, nas tuas emoções e no teu corpo físico?
Como sou da área da saúde, foco aqui só nas duas últimas situações. Há quem tenha emagrecido como se o vírus tivesse sido uma virada de chave formidável; há quem pensou que nunca mais sairíamos de casa e comeu como se não houvesse o amanhã. Há quem, por medo do vírus ou por reforçar hábitos antigos e já bem definidos, não moveu um músculo no período, juntando a fome com a vontade de comer.
Há ainda aqueles que foram campeões das aulas on line e até das escapadas para uma caminhada num parque ou na rua; há quem manteve a rotina da academia sempre que ela estava aberta, é claro.
Tivemos quem armazenou comida, quem buscou outra forma de se alimentar e quem reclamou que não podia cuidar disso agora. Tivemos os que emagreceram 40 quilos e os que engordaram 30 quilos. Os que fizeram dieta, os que ganharam e bateram todos os limites de solicitação de tele-entrega.
Tivemos os preocupados com o isolamento e outros nem tanto. Os que cuidaram de si, dos seus e dos outros e aqueles que não conseguiram cuidar de ninguém. O vírus veio pra nos mostrar mais uma vez que sempre temos, pelo menos, duas opções, que podemos escolher o lado da reclamação ou o lado da solução.
O vírus veio pra nos mostrar que projetos de saúde individuais tem propósito coletivo, afinal, os pacientes menos inflamados, com menos comorbidades morrem menos. O vírus veio pra mostrar que cuidar do corpo não pode ficar pra amanhã, e que não pode estar relacionado ao bíquini ou a viagem de final de ano. O cuidado deve ser diário e estar bem de saúde pode ser um fator determinante da gravidade ou não de uma doença que até então pouco se sabia.
E pra você, o que restou da quarentena!?