Leite de vaca: você precisa realmente consumí-lo?
Gisele Silveira explica que, apesar de ser boa fonte de cálcio, 75% da população tem algum grau de intolerância ao leite de vaca
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Após a fase de amamentação, nenhum mamífero consome leite - quem dirá oriundo de outra espécie - e este padrão também foi seguido pela raça humana durante 2 milhões de anos. Só após a revolução agrícola e a domesticação dos animais, é que o consumo de laticínios se tornou possível e presente na rotina alimentar do homem.
Sendo assim, o leite ainda é um alimento relativamente recente na alimentação do ser humano, cujo material genético não sofreu grandes alterações nos últimos 10 mil anos. Esse quadro explica porque cerca de 75% da população adulta apresenta algum grau de intolerância a lactose após o desmame. Os principais sintomas são de ordem gastrointestinal como flatulência, dor e inchaço abdominais, náuseas vômitos e até diarreia.
Além disso, os laticínios, mesmo tendo um Índice Glicêmico baixo (não provocam aumento na glicemia), aumentam muito a liberação de insulina pelo pancreas. Isso pode aumentar a resistência a insulina, que está intimamente ligada a origem de várias doenças como diabetes, dislipidemia, síndrome de ovário policístico, acne, entre outras. Muitas pesquisas comprovam que existem relações diretas entre o consumo excessivo de laticínios e essas patologias.
A ideia de que leite de vaca seja imprescindível para prevenir osteoporose vem do fato de o alimento ser uma das fontes de cálcio mais bem absorvidas pelo organismo. Hoje já sabemos, porém, que fontes como brócolis, semente de abóbora e a sardinha possuem até mais cálcio do que o leite em sua composição, com a vantagem de não trazer toda a carga alergênica encontrada no leite.
Se você possui qualquer sintoma desses citados aqui, experimente ficar sem o leite por uma semana e observe como seu corpo reage. Há boas chances de você melhorar. Em caso de dúvida, procure ajude profissional.