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Como escolher a escola para os filhos?

Num cenário de pandemia fica ainda mais difícil a decisão

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Quando os pequenos chegam à idade escolar, a grande preocupação dos pais é definir onde eles vão estudar.. São muitas questões a serem levadas em consideração antes de matricular os filhos, inclusive a quantidade de opções no mercado. Além disso, o cenário de pandemia trouxe preocupações extras para este momento.

De acordo com a coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade La Salle, Isabel Cristina Azeredo, todas as questões pedagógicas, administrativas, financeiras e de infraestrutura são importantes para esta escolha. 

“Para algumas famílias é mais importante, por exemplo, o horário estendido de funcionamento do colégio e suas atividades extracurriculares, pois não conseguem buscar suas crianças no horário regular. Já para outras, pode importar mais as questões financeiras ou a adoção de tecnologias emergentes. Os pontos essenciais podem ser determinados pela necessidade de cada contexto familiar”, aponta Isabel.

No momento da pesquisa, uma boa estratégia pode ser buscar referências com pessoas próximas, que fazem parte do círculo social da família, e que conhecem suas preferências e necessidades. 

“A internet também pode ajudar consideravelmente na coleta de informações sobre os espaços indicados. Através das redes sociais e sites podem ser levantadas informações sobre a proposta pedagógica, aspectos administrativos, financeiros, infraestrutura física, projetos, atividades e eventos promovidos”, indica a pedagoga.

O que deve ser considerado?

Além da identificação da família com os aspectos pedagógicos, que envolvem as práticas de ensino e metodologias, de acordo com Isabel, devem ser observados a forma como a escola se comunica com seus estudantes e familiares, como dialoga com seus professores e funcionários e como lida com os conflitos. 

Há outros pontos importantes para auxiliar na escolha:

Segurança: especialmente ao chegar e sair – se você utiliza carro, observe se há estacionamento ou um local adequado para embarque/desembarque; caso utilize transporte público ou ande a pé, esteja atento ao deslocamento entre o ponto de chegada/partida e a escola, considere a distância e a segurança para percorrê-lo diariamente – lembre-se que as crianças crescem, tornam-se adolescentes e tendem a realizar o descolamento sozinhas;

Higiene e alimentação: limpeza e cuidado com os espaços de uso comuns,  sanitários, salas, e, especialmente, do local de preparação dos alimentos – cozinha ou refeitório;

Localização: escolher uma escola próxima de casa ou do trabalho dos responsáveis pode ser uma estratégia interessante;

Infraestrutura: qualidade do espaço das salas de aula, recursos disponíveis, condições do pátio e mobiliários, áreas verdes, espaços de convivência, estudo e lazer, cantina, acessibilidade e espaço para prática de esportes.

O aluno deve participar da decisão

É fundamental que a criança também participe da escolha. “É interessante que o estudante possa conhecer o espaço antes de ingressar nele, isso reduz a ansiedade e o torna parte do processo. Geralmente as escolas realizam um momento de entrevista ou atividade com o estudante e dependendo do nível de ensino, ocorre a aplicação de uma avaliação diagnóstica”, explica Isabel.

Mas a profissional alerta que se a família pretende visitar muitas escolas, que faça uma seleção prévia antes de levar o estudante, para evitar que o processo se torne algo desgastante.

Pandemia alterou o cenário

A pandemia trouxe cuidados e preocupações extras em diversos aspectos, e na definição da escola, não foi diferente. A proximidade dos professores com a tecnologia, a infraestrutura e as condições de higiene passaram a ocupar maior relevância na tomada de decisão. 

Segundo Isabel, as práticas pedagógicas também ganharam destaque, especialmente a experiência dos professores em relação ao uso de tecnologias digitais e como a gestão escolar conduziu a manutenção dos serviços educacionais durante o período pandêmico. 

“Atualmente, é comum as famílias questionarem quanto ao uso de ambientes virtuais de aprendizagem ou pela possibilidade de terem acesso remoto às aulas, práticas que se tornaram comuns na pandemia e que podem ser incorporadas daqui para frente”, comenta.

O espaço físico e a infraestrutura ganharam maior importância. “Como as crianças ficaram muito tempo reclusas em seus domicílios, escolas que dispõem de pátios abertos e priorizam o contato com o meio ambiente têm se destacado, assim como as questões de limpeza e cuidados sanitários tornaram-se elementos decisórios para muitas famílias”, aponta a pedagoga.

O tamanho e amplitude da sala de aula são aspectos que devem ser observados. "Se ela dispõe de janelas que permitam a melhor circulação do ar, a disposição das classes e a quantidade de alunos por turma. Entretanto, sem subestimar as questões pedagógicas e a afetividade”. 

A questão financeira também merece destaque. O custo da educação de qualidade sempre importou nesta escolha, mas tem se intensificado. "Está mais recorrente a busca por programas de bolsas e descontos nas escolas privadas. Sabemos que a pandemia abalou a fonte de rendimento de muitas famílias e a manutenção da educação dos filhos se constitui como prioridade para muitas delas”, complementa Isabel.

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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