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Autismo: crianças precisam de atenção especial durante o distanciamento social

70 milhões de pessoas sofrem com o transtorno, que requer cuidados especiais nesse momento

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Neste 2 de abril é celebrado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, data criada para lembrar à sociedade sobre a luta pelos direitos de quem é diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em 2019, foi sancionada uma lei que obriga o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a inserir no Censo 2020 perguntas sobre o autismo. A estimativa é que existam 70 milhões de pessoas no mundo com o transtorno, sendo dois milhões delas no Brasil.

Diante do contexto de isolamento social, crianças e adolescentes autistas podem ser consideradas vulneráveis por apresentar características específicas em seu desenvolvimento que dificultam a sua compreensão sobre a proporção da pandemia e suas consequências na vida prática. 

De acordo com a psicóloga e pesquisadora Maria Mabel, docente da Estácio, a suspensão do acompanhamento terapêutico multiprofissional devido ao cumprimento dos decretos para conter a transmissão do novo coronavírus, é um agravante que pode levar a mudanças bruscas no comportamento, como: agitação, insônia e desregulação sensorial. 

Saúde mental dos pais também é importante

Maria sugere que, para deixar esse momento um pouco menos difícil, é importante o apoio da família e que os cuidadores principais reservem um tempo para ficar com a criança e colocar em prática algumas atividades juntos. “As brincadeiras lúdicas, além de ajudar a desenvolver as habilidades sociais da criança, contribuem para o desenvolvimento de vários domínios cognitivos como memória, atenção, flexibilidade cognitiva e linguagem”, relata.  

"Também é indicado estabelecer uma rotina com a criança para ajudar a diminuir os sintomas de ansiedade e a insônia que vêm se apresentando com muita frequência nas crianças com autismo neste período de isolamento social", complementa a psicóloga.

A profissional destaca ainda a necessidade de cuidado com a saúde mental dos responsáveis diante de uma situação que exige ainda mais esforço e dedicação. "É possível perceber a angústia dos pais nesse período com o tratamento pausado devido ao isolamento social. Alguns profissionais deram continuidade ao acompanhamento por meio do atendimento online, mas outros tiveram dificuldade em permanecer na modalidade remota devido à gravidade do transtorno dos pacientes", relata.

Atividades que ajudam no isolamento

Maria, que está desenvolvendo uma pesquisa de mestrado com o objetivo de  compreender como os profissionais de psicologia vêm dando continuidade aos atendimentos às crianças com TEA durante a pandemia, observa que o acompanhamento está mais direcionado às orientações para os pais. A psicóloga sugere atividades que podem ser realizadas em casa para manter as habilidades em desenvolvimento:

- Brincar de caça ao tesouro;

- Construção de brinquedos;

- Contação de história para estimular a imaginação e o desenvolvimento da linguagem;

- Assistir vídeos curtos;

- Brincar de jogo da memória;

- Jogos de tabuleiro;

- Jogos de imitação;

- Pintura e quebra-cabeça.

 


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