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Livre brincar e inclusão: advogada gaúcha lança linha de playgrounds criativos

Um dos objetivos é fazer com que as crianças tenham espaços mais interessantes para brincar, deixando as telas de lado

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O desenvolvimento infantil com base no livre brincar: esta foi a principal motivação para fazer a advogada Daniela Kolb deixar o escritório de advocacia empresarial onde trabalhava e mudar de vida. Foi pensando em proporcionar aos filhos mais contato com a natureza que ela deu vida à Eba!, empresa de playgrounds criativos.

A empresária conta que, durante os dois anos que esteve construindo a empresa, realizou uma pesquisa de mercado que apontou que a maioria dos pais de crianças de até 10 anos está disposta a se deslocar até 30 minutos a mais para ir a alguma escola, restaurante ou espaço comercial que possua um playground criativo. 

Aproximadamente 50% dos que responderam à pesquisa disseram estar dispostos a pagar 10% a mais se o espaço oferecer um play criativo; e os outros 50% afirmaram pagar até 20% a mais do que em outro espaço do mesmo nível por um lugar criativo para as crianças. “Existe demanda e existe espaço para inovar. As crianças merecem lugares diferenciados para brincar. Especialmente com a pandemia, as pessoas estão cada vez mais se dando conta de que o brincar ao ar livre e espaços criativos são uma necessidade humana e, consequentemente, uma obrigação dos órgãos públicos e também uma forma de alavancar negócios e turismo”, completa Daniela.

Menos tela e mais ar livre

Outro fator determinante para Daniela na execução da Eba! foi o “excesso de telas” na vida das crianças. Ela diz que um dos seus sonhos com esse projeto é transformar a vida com os pequenos em menos tela e mais tempo de qualidade, com o pé no chão e a mão na massa, resgatando a vontade das crianças de saírem de casa para ir ao playground, que, hoje (ou pelo menos antes da pandemia), concorre muito com as telas.  "As famílias precisam saber que toda aquela mão de obra que é sair de casa com crianças vai valer muito a pena! Além disso, as cidades precisam acolher mais. As pessoas precisam de espaços de lazer seguros, interessantes e acolhedores", garante.

Daniela destaca que, o problema é o excesso, não as telas em geral - o equilíbrio é sempre o segredo, mas é também o maior desafio. “Precisamos mostrar o perigo do vício e as vantagens de sermos independentes. A TV precisa ser uma ferramenta de lazer secundária, não uma babá. Mas é claro que também temos de ser solidários às várias realidades de famílias e residências (ter ou não um pátio, por exemplo, faz toda a diferença), isso sem falar no cenário de pandemia… Então o que acho importante mesmo é a informação sobre os perigos e aí os pais devem tentar fazer o seu melhor em relação a realidade de cada família”, diz. 

Pracinhas devem ser inclusivas

Uma das bandeiras levantadas por Daniela na criação da Eba! é a acessibilidade. Segundo a empresária, pracinhas precisam ser acessíveis a todas as crianças e promover a inclusão social integral, ou seja: todos podem brincar verdadeiramente, não apenas frequentar o mesmo espaço. “Sei que essa interação e integração é rica para todos. Não podemos privar as crianças de conviverem e brincarem juntas, apenas porque algumas são portadoras de uma condição que limite sua mobilidade, por exemplo”, afirma.  

Segundo ela, os brinquedos desenvolvidos pela empresa têm a intenção de mostrar que uma criança, mesmo portadora de algum tipo de deficiência física, é tão criança quanto outra: cria, sonha, imagina, inventa, sorri e se diverte. Afinal, todos nós temos nossas limitações, físicas ou não. “Sem dúvida a inclusão na pracinha é a forma que entendo como mais eficiente de se gerar inclusão de verdade. Afinal é na infância que conseguimos fazer as verdadeiras transformações do mundo”, afirma.

Pandemia trouxe novas visões e mercados

Para Daniela, a necessidade de ficar em casa ressaltou a importância do lazer ao ar livre, da movimentação do corpo e do contato com a natureza para manutenção do equilíbrio psíquico, emocional e físico. “Acredito que quando as coisas acalmarem as pessoas vão focar em atividades externas e hotéis, escolas, espaços comerciais com áreas abertas e criativas serão priorizadas”, observa a empresária.

Segundo ela, a pandemia também fez com que a empresa buscasse inspiração para suprir a necessidade de as crianças se movimentarem e se divertirem, mesmo dentro de casa, afastando-se ao máximo possível das telas. “Foi aí que nasceu a nossa loja online, composta por brinquedos compactos e que se conectam, formando playgrounds modulares dentro de casa, que se revelaram excelentes opções mais acessíveis para escolas”, conta. 

 

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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