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Estar solteira é sinônimo de solidão?

Pesquisas apontam que cada vez mais pessoas solteiras estão optando por morar sozinhas - e que essa tendência veio para ficar!

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Hoje é Dia do Solteiro! E se você não está comprometida com alguém, certamente já deve ter ouvido aquelas piadinhas (bem sem graça e invasivas, nós sabemos!) como “vai ficar pra titia?” ou “coitadinha, deve ser tão sozinha!”. Isso acontece porque há muitos anos a solteirice é tratada com deboche e julgamento - e só quem já foi a "solteirona" ou "encalhada" da família e da turma sabe. 

Mas essa realidade está mudando lentamente e, cada vez mais, pessoas de diferentes faixas etárias estão solteiras - e mais, optando por morar sozinhas! Esse movimento foi impulsionado pela pandemia, quando a necessidade de as pessoas se isolarem deixou "cada um na sua casa", impactando no estilo de vida e deixando as pessoas solteiras viverem essa solteirice como desejavam.

De 2012 até 2021, durante a pandemia, o total de brasileiros que moram sozinhos aumentou 43,7%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O IBGE entende que a tendência de domicílios “unipessoais” pode ter vários fatores, incluindo:

- o envelhecimento da população, 

- a adoção de novos estilos de vida, 

- o tamanho dos imóveis (cada vez menores!), 

- as relações de consumo e

- o uso de recursos naturais.

Mas essa tendência não é uma exclusividade brasileira. Nos países que formam a União Europeia, de 2009 a 2021 o número de casas habitadas por só um adulto cresceu 28,3%, contra 9,5% de crescimento do total de domicílios cresceu 9,5%, informou a agência de estatísticas Eurostat. 

A onda de "moradores solitários" fez o Reino Unido, por exemplo, criar em 2018 o departamento conhecido como "ministério da solidão", que atua para reduzir possíveis impactos do isolamento na saúde mental das pessoas. Essa medida foi necessária porque 9 milhões de britânicos vivem sós e 1,2 milhão de idosos estão permanentemente solitários, o que pode causar quadros de depressão e outras doenças mentais.

Morar sozinho é sinônimo de solidão?

Segundo o sociólogo americano Eric Klinenberg, não! O pesquisador da Universidade de Nova Iorque entende que esse aumento do número de pessoas morando sozinha é uma experiência social transformadora que está acontecendo em todo o mundo. Em "Going Solo: a extraordinária ascensão e o surpreendente apelo de viver sozinho", livro publicado em 2012, ele afirma que esse crescimento é transformador, pois altera como entendemos a nós mesmos e nossos relacionamentos mais íntimos. 

Além disso, o aumento de pessoas vivendo sozinhas "molda a maneira como construímos nossas cidades e desenvolvemos a economia. Isso altera a maneira como nos tornamos adultos, bem como envelhecemos e como morremos. Atinge todo grupo social e quase todas as famílias, não importando quem somos ou se vivemos com as outras pessoas no momento".

Diferente das pessoas que estão em um relacionamento - e que muitas vezes diminuem a frequência de encontros e conversas com amigos e outras atividades sociais para ficar com o parceiro ou parceira (e não há nada de errado nisso, claro!) - muitos solteiros ficam mais próximos dos parentes e amigos, seja presencialmente ou pela internet, em conversas por whatsapp ou via redes sociais.

Seja você uma solteira convicta ou de ocasião, não se estresse com esse “rótulo”: o importante é ser feliz da forma que você quiser.


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