Amor próprio: por que é mais difícil para as mulheres?

O amor próprio é uma busca diária. Um Relatório Global de autoconfiança feminina indicou que sete em cada 10 mulheres se sente pressionada a nunca cometer erros e demonstrar fraqueza.

Neste contexto, a psicóloga Patricia Mello lembra que, muitas mulheres foram educadas para entender que estão abaixo dos homens, que têm menos habilidades, competências e inteligência. “Quando você cresce acreditando que é inferior a outros, aprende que tem pouco valor. Gostar de si mesmo é muito mais difícil se você cresceu acreditando que nunca será suficientemente boa”, comenta. 

Situações do dia a dia

Patricia ainda ressalta que as mulheres têm um funcionamento bastante comum de se auto-sacrificarem em vários contextos, e se desvalorizarem em diversas esferas. 

Nos relacionamentos românticos, elas aprendem que suas necessidades são menos importantes que as do homem. Já profissionalmente, as mulheres tendem a estimar o valor do seu trabalho (mesmo em dinheiro), com números inferiores com homens que ocupam a mesma função (e, muitas vezes, com menos currículo e experiência), o que as deixam constrangidas de solicitarem aumento e fazem com que tenham salários menores.

“Em todos os ambientes, muitas mulheres entendem que têm menos valor que o outro. Nesse contexto, acabam se questionando sobre como é possível amar alguém com tão pouco valor”, explica a psicóloga.

A falta de amor próprio pode trazer consequências para a saúde psicológica. As mulheres que convivem diariamente com questionamentos a respeito de suas habilidades e competências, além do seu equilíbrio emocional, começam a duvidar de si mesmas.

“Isso significa que ela pode ter mais dificuldades de tomar decisões, pode ter mais ansiedade e depressão, pode viver uma vida toda achando que é incapaz. É preciso criar mulheres autônomas, que reconhecem seu próprio valor, para assim elas serem mais felizes e mais saudáveis”, orienta Patricia. 

Como conquistar o amor próprio

Conforme já mencionamos, a busca pelo amor próprio é um processo diário. E ele pode vir em atitudes do dia a dia. A psicóloga Patricia traz dicas de como incluir isso na sua rotina:

- Identifique suas habilidades e competências em várias tarefas rotineiras (ao invés de se autoflagelar pelos erros);

- Pare um momento ao longo do dia para avaliar o que fez bem, o que a deixou feliz e orgulhosa de si mesma (ao invés de ficar pensando no que deu errado);

- Reflita pelo menos uma vez por semana sobre o que conseguiu atingir de objetivos nos últimos dias (ao invés de pensar no que não conseguiu fazer);

- Acorde de manhã, olhe-se no espelho, e identifique as partes de si que estão bonitas (ao invés de buscar as imperfeições que devem ser cobertas por maquiagem);

- Lembre-se: só por ser mulher, você já suporta mais carga do que a média. Você tem valor.