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Relações abertas: como funcionam e será que servem para você?

Especialista explica quais os elementos fundamentais para o formato dar certo

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O relacionamento aberto é aquele em que um casal monogâmico toma a decisão, em conjunto, de manter relações não monogâmicas, românticas ou sexuais, não sejam consideradas traição ou infidelidade. Você já se imaginou nessa situação? Muitas pessoas têm optado por este formato. Mas será que ele funciona para todos?

De acordo com a psicóloga e terapeuta de casais, Fernanda Vaz Hartmann, hoje as relações conjugais são muito valorizadas e as pessoas estão cada vez mais dispostas a compor o seu estilo de relacionamento. “Não acredito que as relações monogâmicas vão terminar, até porque muitas pessoas tem como propósito a monogamia. Mas hoje existe sim uma abertura e diálogo para outros tipos de relacionamentos”, afirma. 

A profissional relata que os casais estão muito mais dispostos a conversar sobre o formato que eles querem para o relacionamento que estão construindo. “Mas isso implica numa complexidade maior e mais maturidade emocional. Não caminhamos para a exclusão da monogamia, mas para cada vez mais as pessoas indo atrás da relação que acolhe e atende o desejo daquele casal”, explica. 

 

Maturidade é fundamental

Antes de embarcar num relacionamento aberto, é preciso estar atento: toda a entrada de um novo elemento gera mudanças. Neste formato, o casal está se dispondo a incluir uma pessoa com um aparato de sentimentos e desejos que não estão sob controle deles. 

“Por isso, é preciso ter muita maturidade para os riscos que ele corre ao abrir a relação. Isso eu vejo que é bastante difícil, pois às vezes existe o desejo de ter experiências novas e que possam oxigenar a relação, mas ao mesmo tempo, ainda muito sustentado em paradigmas antigos, como ciúmes, sentimento de posse em relação ao outro”, aponta Fernanda. “Nesses casos, é preciso estabelecer algum nível de regramento compartilhado para que não exista frustrações e para que isso não se torne um problema pro casal”, complementa a psicóloga. 

 

Felicidade, independente do formato

E como é possível saber se o relacionamento aberto é o formato certo para mim? A questão passa diretamente pelo autoconhecimento. “É preciso fazer uma análise de como cada um funciona em todas as relações: familiares, de amizade, no trabalho. Se a pessoa é ciumenta, dominadora, se precisa sempre ser o centro das atenções, dificilmente vai conseguir entrar numa relação aberta. A pessoa tem que ser muito segura e tranquila com as emoções e saber nomear cada uma delas”, declara a profissional.

Já para os casais que querem aderir a essa nova relação, a palavra-chave é confiança. “É preciso confiar um no outro para conseguir abrir essa relação para outras entradas, além de  tranquilidade em relação ao que pode surgir. É importante que se estabeleça um contrato da verdade, pois ninguém está livre de se envolver com um parceiro que surja a partir dessa abertura. Não é uma tarefa fácil, pelo contrário”, alerta Fernanda.

Para a psicóloga, o mundo caminha para uma liberdade de expressão, em que as pessoas se conheçam e caminhem para uma relação que busque felicidade, que possam se sentir bem com o formato que estabeleceram. “Qualquer relação em que ambos se sintam satisfeitos é uma relação saudável. Já uma relação não saudável não é por conta do formato do casal e sim de atitudes tóxicas como de dominação e submissão”, finaliza.


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