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O que é prioridade para você?

Pandemia nos obrigou a refletir sobre o que realmente importa

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O que realmente importa? Certamente, você já fez essa pergunta a si mesmo. Todos os acontecimentos do ano de 2020 nos obrigaram a certas mudanças de comportamento: ficar em casa boa parte do tempo; adaptar trabalho e estudo; estar presente, mesmo longe. A nova e difícil situação também nos fez refletir sobre nossas prioridades.

“De repente, as pessoas se viram fisicamente distantes de tudo em que se envolviam diariamente: ir ao supermercado, ir ao shopping, ir à aula ou trabalho; de repente, todos estavam em risco, e um apresentava risco para o outro. E, de repente, percebemos o quanto o outro importa, o quanto somos seres grupais e que ficar longe uns dos outros dói mais do que pensávamos”, explica a psicóloga Patricia Gaspar Mello. 

É necessário um impacto como este para que possamos valorizar mais “o que realmente importa”? Para a profissional, dizer que algo assim é necessário seria um desrespeito a todos que se foram em função do vírus e a todos que ficaram. “Ainda assim, acabamos pensando que vivemos naquele velho ditado: ‘quem não aprende pelo amor, aprende com a dor’. No fim, o que podemos fazer é refletir sobre o que realmente importa diariamente, de maneira que, se algo assim acontecer novamente, já estaremos investindo no que realmente é importante”, ressalta. 

 

Prioridades sob reflexão

Para Patricia, sempre é o momento para refletir sobre nossas prioridades. Mas, em um momento de crise, é importante refletir sobre como nos mantermos estáveis frente às adversidades, a fim de assistir a si e ao outro nas suas necessidades. “Em um momento de crise, é preciso pensar nos nossos comportamentos, no que podemos fazer para tornar essa situação menos difícil para todos. É sobre a coletividade”, aponta. 

O organismo humano sempre busca equilíbrio. Quando esse equilíbrio é violado, logo a seguir a tendência é ir até o outro extremo do que ocorreu para, então, retornar ao estado inicial. “Chamamos isso de ‘efeito pendular’. Quando as pessoas se sentirem livres novamente, irão buscar intensamente o oposto do isolamento social, ou seja, a companhia de amigos, famílias, o sair em público, o beijar e abraçar. Depois a realidade vai batendo na porta e vamos nos readaptando. E os comportamentos habituais retornarão pouco a pouco. Alguns talvez se tornem mais cuidadosos, outros talvez sintam que devem ‘aproveitar a vida ao máximo’ e se exponham a riscos. Tudo é esperado após uma crise”, afirma Patricia.

A profissional faz um alerta: se é um momento de reflexão, vamos refletir sobre quanto vale nossa vida e a vida de quem amamos. “Vale aquele rolê com os amigos? Vale a jantinha que vai pouca gente? Vale a saída extra ao super só pra buscar aquele vinho? Porque se perdemos alguém, é definitivo. Mas se preservamos alguém, a vida segue. Pense no outro. No coletivo. Espera a vacina. Já já vai passar”, finaliza.

 

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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