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Avós: relação em família precisa ter regras para ser saudável

No Dia dos Avós, veja como é possível equilibrar o carinho e os mimos, mantendo uma relação sem conflitos

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O amor entre avós e netos é tudo de bom, né? Ver os pequenos sendo cuidados por nossos pais, que são pessoas tão experientes e especiais para as nossas vidas, certamente dá um quentinho no coração. Juntamente com os pais, os avós desempenham uma importante função no desenvolvimento dos netos e a convivência entre diferentes gerações é benéfica para todos, pois crianças e idosos trocam experiências e conhecimento, ou seja, todos aprendem um pouco a cada dia. Isso sem falar do carinho e afeto familiar envolvidos.

Porém, como essas relações que envolvem três gerações de uma mesma família são delicadas e profundas, pode ocorrer uma confusão entre os papeis que cada adulto precisa desempenhar na educação das crianças. Quando isso acontece, é maior a possibilidade de conflitos desnecessários e, quem sabe, até rompimentos das relações.

Tanto os pais quanto os avós têm funções definidas em relação às crianças e encontrar a melhor dinâmica entre todos é necessário para que todos possam usufruir de forma positiva da relação em família.

Pais e avós devem se complementar – e não competir

Talvez você já tenha ouvido relatos de que os avós estragam e mimam os netos, pois deixam os pequenos fazerem o que quiserem, sem regras. Porém, isso não é uma realidade em todas as casas: conversas entre pais e avós ajudam a construir uma relação saudável, na qual os mais velhos se aliam aos pais na missão de ensinar e formar a criança. Ou seja, eles ajudam os pais a se tornarem melhores na função de ‘ser pais’.

Se o neto é recém-nascido, é importante lembrar que as mamães também precisam de um carinho – especialmente as de primeira viagem. Então, os avós podem, além de se oferecer para ajudar com o bebê, fazer um agrado à mamãe, dar um mimo... O importante é mostrar empatia com o momento novo que ela está vivendo.

Já em relação aos pequenos, a primeira coisa que os avós podem fazer é perguntar aos pais como podem ajudar e, assim, entender melhor a dinâmica e o que os pais querem que as crianças aprendam ou vivenciem. Isso vale também para a alimentação: se os pais optaram, por exemplo, em não dar refrigerante para as crianças, independente da sua idade, os avós não devem oferecer “só um golinho” escondido dos pais. 

Outro ponto: exceto quando dividem a casa, avós são visita. Por isso, mesmo que haja muita intimidade, é preciso pedir licença e ter algumas cerimônias. E isso vale para os filhos também: se os pais estão passando alguns dias na casa, é sinal de educação bater na porta antes de entrar no quarto. 

A relação entre todos tem que ser saudável, especialmente porque as crianças não gostam de ver os pais chateados, principalmente com outras pessoas que são importantes para eles, como os avós. Por isso, é importante que os adultos sejam de fato adultos e não discutam ou briguem por diferenças de opinião e ideologia.

Como lidar com avós que mimam demais os netos

Infelizmente, nem sempre a relação entre pais e avós é tão tranquila e os mais velhos acabam realmente tendo atitudes que os pais desaprovam ou interferem na educação dos pequenos, deixando-os fazer o que querem porque “na casa da vovó é sempre dia de festa”. 

Nesse caso, os pais precisam conversar com seus pais (ou sogros) e estabelecer algumas regras, como: 

Avó não é segunda mãe: é importante deixar claro para as avós que elas têm um papel de avó - e não de mãe da criança, que precisa entender claramente esse parentesco. Assim, ela vai respeitar a todos, mas saberá que quem decide são os pais;

Impor limites: muitos avós são facilmente “dobrados” pela criança e acabam realizando todos seus desejos e sonhos. Cabe aos pais impor limites, dizendo não para a criança, e deixando claro para os avós o que seu filho pode ou não fazer;

Se os avós são os cuidadores... eles também precisam seguir as regras estabelecidas pelos pais. Quando todos estão na mesma página, as crianças se sentem mais seguras e se adaptam melhor às regras;

Pode agradar, mas não fazer disso uma regra: é claro que os avós podem agradar seus netos, mas não todos os dias nem fazer suas vontades o tempo todo. É importante que os pequenos entendam que a casa dos avós não é a sua casa, mas um lugar diferente – onde outras coisas podem acontecer, desde que combinadas com os pais;

Avós podem ajudar a educar os netos: mas, como tudo, deve ser conversado entre os avós e os pais. Afinal, provavelmente haverá limites, principalmente porque as rotinas e estilos de vida são diferentes. Quando os avós não concordam com as atitudes dos pais, eles devem dizer isso aos adultos – e não tentar impor algo diferente diretamente à criança. Assim, são evitados aqueles conflitos entre os adultos que podem acabar bem mal.

Se você é vovó, lembre-se que mimar demais seus netos pode prejudicar a sua educação e formação como cidadão. Se você é mamãe, posicione-se e deixe claros os limites para que netos e avós tenham uma relação saudável e que esteja alinhada ao que você deseja para seus filhos. Afinal, pais e avós devem ter claro que a última palavra é dos pais.


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