capa

Quase um ano em casa e idosos merecem atenção redobrada

Psicóloga analisa os efeitos de distanciamento social e da chegada das vacinas para os idosos

publicidade

Estamos prestes a completar um ano desde que a pandemia de coronavírus foi anunciada. Durante estes longos meses, a vida de toda a população foi afetada de alguma maneira. Entretanto, alguns públicos foram atingidos de uma maneira mais acentuada. É o caso dos idosos, considerados do grupo de risco da doença.

De acordo com a psicóloga Irani Argimon, a falta de interação social, restrição no contato com familiares e amigos, quebra das atividades fora de suas residências, além da insegurança de se proteger de um inimigo invisível traduzem-se em maior ansiedade e tristeza para os idosos. 

A profissional destaca que é normal se sentir desanimado, triste frente a uma situação nova, difícil e que não tem uma data definida para acabar. “É uma adaptação a uma nova rotina que traz muita insegurança principalmente porque o “sujeito ameaçador” é invisível e não tem data para acabar. Por isso, para todos nós, independente de idade, precisamos respeitar nossos sentimentos e emoções. Estar alerta e pedir ajuda pode evitar o mal-estar que normalmente surgem”, afirma Irani.

Ainda que a situação seja difícil, existem alternativas para tornar este período mais agradável para os idosos. De acordo com a psicóloga, quando eles têm a oportunidade de continuar na convivência de alguns familiares é importante introduzi-los nas conversas, relembrar fatos agradáveis e/ou pitorescos de sua história, ouvir músicas que lhes tragam boas lembranças, favorecer a distração, reforçando o sentido positivo de suas histórias. “A família precisa estar atenta sobre os efeitos que o isolamento social pode trazer para seus idosos e para outros membros da família e quando necessário buscar uma ajuda especializada”, orienta.

 

O importante papel da família

 

Fica claro que são necessários cuidados especiais com os vovôs e vovós durante o período de isolamento social. E nesse contexto, a família ganha importância - seja longe ou perto. “O fato de os familiares estarem mais presentes em casa, pode favorecer a possibilidade de assistir juntos programas ou filmes leves, como comédias. E se estiver mais afastado de familiares pode-se estimular o uso de tecnologias de uso de rotina para ‘ficar mais próximo’, como chamadas de vídeo 

enquanto estiver fazendo uma tarefa como cozinhar, tomar um chimarrão, ou para bater papo mesmo”, indica Irani. 

Outra orientação importante é de após levantar-se pela manhã e fazer sua higiene pessoal, trocar de roupa, não passar o dia todo de pijama, tirar a pantufa, cuidar de sua aparência pessoal. “Usar roupas confortáveis, coloridas, que deem uma sensação de leveza. Não guardar as melhores roupas para quando puder sair de casa. Sentir-se bonito mesmo para ficar em casa. Novas rotinas podem ajudar neste momento”, orienta a psicóloga.

Vacinação traz alívio

A notícia do início da vacinação para a Covid-19 no Brasil deixou todos mais esperançosos. Para os idosos, o efeito foi ainda maior, pois serão o primeiro grupo a receber as doses. Irani ressalta que a possibilidade da chegada da vacina gera uma esperança que tem um papel muito importante na vida de todas as pessoas. 

“Trata-se de um impacto positivo. É um conteúdo emocional que aumenta nossa potência de viver e contribui para o fluxo de emoções positivas, principalmente de não desistir, ir em frente. Ao mesmo tempo, é preciso usar de parcimônia em relação a cuidados pós vacina. Muitos cuidados que foram aprendidos durante esse período deverão continuar no nosso dia a dia, sem dia e hora para ser suspensos”, orienta.

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


compartilhe