capa

Gravidez tardia: veja alternativas para mulheres após os 40 anos

Seja por ou inseminação tardia com o próprio óvulo ou através de ovodoação, técnica permite às mulheres gerarem filhos até os 50 anos

publicidade

Ao expor sua gravidez aos 47 anos, a atriz Viviane Araújo trouxe novamente à pauta um assunto muitas vezes pouco discutido entre as mulheres: a opção pela gravidez tardia. No caso da Viviane, ela optou por falar sobre a fertilização in vitro feira com óvulos de uma doadora anônima e os espermatozoides do marido, Guilherme Militão, para encorajar outras mulheres a concretizarem o sonho de ser mãe, independentemente da idade e da forma. 

Mas este não é o único método que uma mulher pode optar para engravidar após os 40 anos. A gestação pode ocorrer com os óvulos da própria mulher, seja através da relação sexual com o parceiro ou por inseminação artificial. 

A ginecologista e obstetra do Fertilitat, Vanessa Devens Trindade, explica que a mulher também pode armazenar os próprios óvulos para uma inseminação tardia. Para isso, “a paciente deve procurar atendimento em uma clínica de reprodução assistida, onde faz a avaliação ginecológica e programa o tratamento”, frisa. A médica destaca que o ideal é que esse tratamento ocorra até os 35 anos, apesar de não haver um limite de idade para sua realização. 

O procedimento para a coleta dos óvulos é simples: logo após o início de um ciclo menstrual, a mulher faz o tratamento recomendado pelo médico e, cerca de 12 dias depois, faz a aspiração dos óvulos, que serão criopreservados. “Não há uma data de validade para óvulos congelados, ou seja, eles podem ficar congelados por muitos anos”, comenta Vanessa, citando que recentemente realizou o tratamento de uma paciente que engravidou com seus óvulos, que foram congelados há 13 anos na clínica. 

Vanessa recomenda às mulheres que estão na faixa dos 30 anos e pretendem engravidar no futuro, que considerem a possibilidade de congelar óvulos. “Essa decisão se mostra uma grande aliada na tentativa de manter o potencial reprodutivo da mulher e trazer maior segurança à espera”, salienta.

Ovodoação também é alternativa

É muito comum mulheres que não tiveram filhos quando mais jovens terem o desejo de engravidar depois dos 40 anos. “Neste momento, se a mulher paciente não tiver mais óvulos devido, por exemplo, a uma menopausa precoce, ou já apresentou falhas em tratamentos prévios, ela pode recorrer a doação de óvulos em busca da gestação”, exemplifica Vanessa. 

Segundo a ginecologista, as possibilidades são:

- participar de programas de doação de óvulos compartilhados, nos quais uma paciente que está fazendo tratamento de reprodução assistida doa metade dos óvulos obtidos para a receptora;

- recorrer à importação de óvulos de bancos estrangeiros ou

- receber óvulos de uma familiar com parentesco de até 4º grau (de um dos receptores), desde que sem consanguinidade (conforme Resolução do Conselho Federal de Medicina de 2021).  

Apesar de todas essas possibilidades, uma resolução do Conselho Federal de Medicina limita a idade máxima das pacientes a 50 anos para qualquer tratamento de reprodução assistida. Para exceções acima dessa idade, o médico responsável precisará atestar a ausência de comorbidades da mulher que impeçam a gestação e deixar claro à paciente os riscos envolvidos para ela e para o bebê.

Cuidados especiais

Apesar de toda mulher ter chance de gestação enquanto apresenta ciclos menstruais, Vanessa diz que, pelo ponto de vista reprodutivo, a idade ideal para ter filhos inicia ao redor dos 20 anos indo até mais ou menos os 35 anos. 

“Sabemos que existem maiores riscos nos extremos, como na adolescência e mais próximo da menopausa. Por exemplo, a partir dos 35 anos aumenta a chance de trissomias para o bebê, como a Síndrome de Down, e a partir dos 40 há mais risco de complicações obstétricas, como a pré-eclâmpsia. Mas, apesar desses aumentos, a grande maioria das gestações transcorre sem problemas!”, salienta.

Sabendo disso, muitas mulheres chegam ao consultório com receio de engravidar após os 40 anos, mesmo sendo possível. “Para elas, lembramos sempre que, com um bom acompanhamento pré-natal, a gestação mais tardia é segura e esses riscos, mesmo que aumentados, são baixos”, conta.

Ou seja, antes da gestação é fundamental que a mulher faça uma revisão ginecológica com os exames de rotina, para verificar que está tudo em ordem. 

“Depois de grávida, ela precisa fazer   o acompanhamento da saúde do bebê com profissional capacitado em pré-natal de alto risco”, explica Vanessa, lembrando que essas são necessidades preventivas para dar mais segurança à mãe e ao bebê, pois a maioria das gestações são tranquilas.


compartilhe