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Aprenda a deixar a casa segura para as crianças

Arquiteta ensina a adequar a sala, quarto e outros ambientes para evitar acidentes com as crianças

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Dizem que uma criança preenche o lar com amor - não podemos discordar. Mas de uma coisa temos certeza: elas também enchem as casas de cuidados necessários para evitar acidentes domésticos. Ainda que seu pequeno seja do time dos calmos, há uma série de perigos disfarçados de móveis e utensílios que podem causar problemas. 

Por isso, o Bella Mais pediu a ajuda da arquiteta e coordenadora do curso de pós-graduação em Arquitetura de Interiores da PUCRS, Isabel Benedetto, para montar um guia com orientações para manter a casa segura para as crianças, desde a execução dos projetos. Confere:

Quarto

Para Isabel, de maneira geral, as crianças precisam de espaço. Espaço para brincar, para locomover-se, para crescer e perceber seu tamanho, espaço para montar seus brinquedos. “Em se tratando de crianças, não haverá móveis demais, objetos decorativos também são pensados para serem usados, eventualmente ou não, como brinquedo. A criança deve interagir com este espaço de forma leve, sem medo de esbarrar em algo e quebrar ou se machucar”, explica.

O que priorizar: A arquiteta alerta que o uso das cores deve ser parcimonioso, ambientes excessivamente coloridos podem criar excesso de estímulos. Objetos decorativos devem ser de materiais macios, que não quebrem. “Pensando numa criança pequena, pode ser uma boa ideia haver uma área onde as quedas não tenham tanto impacto, como por exemplo, um tapete de EVA”, lembra Isabel.  “Móveis que não sejam fixos também são uma boa pedida, pois as crianças ao crescerem mudam completamente de gosto e preferência”, complementa.

O que evitar: É preferível que os móveis não tenham cantos retos, também é pouco indicado o uso de tampos de vidro. Objetos de decoração com muitos detalhes, ou quebráveis, não são indicados. “Evitar móveis muito altos, cadeiras e mesas podem respeitar o desenvolvimento infantil e ter altura adequada à faixa etária da criança. Evitar também as portas de correr muito pesadas, que podem ferir”, orienta Isabel.

 

Banheiro

O banheiro é um ambiente onde a interação com a água se faz presente e isto, por si só, já é divertido. “Na medida do possível, que a criança possa ter seus brinquedos de banho, uma banheira rasa e alguns nichos para seus brinquedos transformam o banho em um momento lúdico”, indica a arquiteta.

O que priorizar: Nos projetos de banheiro para crianças é comum instalar o vaso sanitário infantil e alterar a altura da pia. “A conquista da independência da higiene é facilitada desta forma”, lembra Isabel.

O que evitar: O banheiro é um ambiente onde deve-se ter como prioridade a segurança, evite pisos muito escorregadios, brilhantes demais (o reflexo pode atrapalhar a visão, ainda em desenvolvimento). “Móveis com cantos retos, quinas,puxadores em alça também devem ser evitados”, orienta a arquiteta. 

 

Sala

Em qualquer ambiente da casa privilegia-se o espaço livre, quando se tem crianças. Os ambientes com móveis e objetos em excesso funcionam em revistas e para “encher os olhos”, mas não servem para os pequenos. “Às vezes, os brinquedos mais apreciados são pilhas de caixas da mudança de alguém e ter um espaço livre para brincar com elas é ideal. Grandes nichos nas paredes, com almofadas para descanso e leitura são apreciados por qualquer idade de criança”, indica Isabel.

O que priorizar: Os puffs sempre fazem sucesso, são fáceis de mover e não apresentam risco. “Atualmente há uma tendência mais natural na arquitetura de interiores e os objetos em madeira crua ou fibras naturais podem trazer um pouco de contato com a natureza para a vida infantil”, explica Isabel. Os ambientes podem oferecer espaços para descanso, onde a criança possa sentir-se à vontade para relaxar.

O que evitar: Sempre evitar quinas, cantos retos e objetos decorativos muito delicados. É comum privilegiar-se a TV, entretanto, este item não é ideal para uma criança sem supervisão. 

 

Cozinha

A cozinha é um espaço onde muitas coisas acontecem e é compreensível que atraia a curiosidade das crianças. Como sabemos, é um local que apresenta risco iminente e merece supervisão intensa por parte dos adultos. “Ter umas panelas mais simples e algumas colheres de pau, já atrai os pequeninos para a brincadeira”, lembra Isabel. 

O que priorizar: Podemos incentivar a criança maior a ajudar nas pequenas tarefas da produção das refeições, de formas que a criança pode ajudar a escolher vegetais e frutas. “Os objetos aparentes e suas cores, as frutas e legumes visíveis podem aguçar a curiosidade da criança a provar novos sabores”, explica a profissional. 

O que evitar: Na cozinha seria bom evitar os expositores de facas e objetos cortantes. A criança não deve usar este ambiente sem supervisão. “Os fixadores de abertura de gavetas são úteis para evitar o acesso aos utensílios potencialmente perigosos da cozinha”, indica Isabel.  

 

Varanda

A varanda é um espaço privilegiado e a interação com a terra pode ser estimulada a partir de pequenos espaços para plantar. “Uma caixa de areia para brincar também é uma boa pedida e a existência de um espelho d'água pode transformar este ambiente num espaço lúdico ideal para o contato inicial com a natureza”, afirma a arquiteta. 

O que priorizar: Se houver espaço para uma rede de descanso, ótimo. “Os móveis em madeira e em fibras naturais também podem aproximar a natureza para dentro de casa”, explica Isabel. 

O que evitar: Móveis altos que possam ser “escalados”. “Também é preciso atenção aos suportes para plantas que possam cair, pisos muito lisos e brilhantes”, orienta. 

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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