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Curta-metragem Um Dia de Primavera aborda abandono e adoção de bebês

Protagonismo feminino no cinema gaúcho

Cineastas mulheres no Festival de Cinema de Gramado

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O 49º Festival de Cinema de Gramado começa hoje e as produções brasileiras e estrangeiras estarão em destaque até o próximo dia 21. O protagonismo feminino tem chamado a atenção em Gramado, nos últimos anos. Mulheres em várias categorias e, principalmente, entre as cineastas que concorrem aos melhores filmes longa e curta-metragem. O número de cineastas mulheres no Festival, tem sido bem relevante, se compararmos com os homens. Neste ano, são 18 diretoras mulheres na lista de concorrentes ao Kikito, contra 24 homens.

Esse protagonismo feminino é ainda maior nas produções gaúchas. Os cursos de Cinema criados no Rio Grande do Sul contribuem para a formação de uma geração de mulheres cineastas. E elas estão ocupado cada vez mais espaço na indústria criativa, trazendo um olhar feminino para a direção e também para as temáticas. Thaís Fernandes e Lisi Kieling são dois exemplos de jovens mulheres que fazem do cinema seu ofício e que estão mostrando seu talento neste Festival

Participação feminina traz diversidade ao Festival

Diretora do curta-metragem Fé, Thaís Fernandes acredita que os festivais estão entendendo que é imprescindível fomentar a diversidade não só nas seleções, como nas comissões de curadoria. “O olhar diverso precisa estar presente em todas as etapas de organização, só assim a gente consegue criar um espaço de debate real - do contrário é um monte de gente que pensa parecido fazendo um evento pra si mesmo”, comenta. A cineasta acha que é preciso construir a diversidade, a partir das individualidades. “Não é à toa que gente tem cinema de mulheres, cinema negro, cinema LGBT.  Mas não existe a cartela cinema de homens, porque estes – especialmente os brancos - têm sua individualidade garantida, e acho que esse deve ser um direito de todos nós”, conclui. A condição feminina transparece também na temática do curta dirigido por Thaís, que aborda a religiosidade através de uma entrevista com sua mãe, Dioneia Fernandes.

Estreando no gênero ficção com o curta-metragem Um Dia de Primavera, Lisi Kieling aborda com sensibilidade um tema que é muito presente no universo feminino:  a maternidade. O curta trata da questão dos bebês recém-nascidos abandonados. Para Lisi, são muitos os desafios encontrados pelas mulheres que trabalham com cinema, em função de toda a construção histórica social, mas isso felizmente vem mudando, inclusive nos editais de fomento à cultura. “Essa maior participação feminina se manifesta na ponta, nos festivais que começam a receber filmes com maior diversidade de realizadores. Isso é de extrema importância para trazermos para as telas um olhar mais plural”, complementa.

A programação completa e os bastidores do Festival de Gramado 2021 podem ser conferidos no caderno Arte e Agenda.


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