capa

Obesidade em pets é um reflexo do comportamento dos tutores?

Dados revelam que em menos de 10 anos, o número de cães obesos ou com sobrepeso cresceu 108% e o de gatos, 114% no país

publicidade

Em 2030, o número de adultos obesos no Brasil deve chegar a cerca de 30%, segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2022. Um fato alarmante é que entre os animais de estimação, o cenário não é muito diferente. 

De acordo com dados do Banfield Pet Hospital, de 2011 a 2020 o número de cães brasileiros obesos ou com sobrepeso cresceu 108% e o de gatos, 114%. O que provoca o questionamento: a obesidade em pets é reflexo do comportamento alimentar dos tutores?

Comportamento dos tutores influencia os pets

No Brasil, cerca de 25% a 40% dos pets enfrentam a doença, o que além de contribuir para o sedentarismo, torna-o mais vulnerável a outras doenças. A pesquisa também revelou que, embora 95% dos entrevistados se preocupem com a obesidade dos cães e gatos, 41% adiam a ida ao veterinário para evitar falar sobre o peso do animal.

“Existe uma série de possíveis causas para a obesidade animal, mas a maioria estão relacionados mais ao comportamento do tutor, do que a genética dos pets ou suas limitações. Por exemplo, as pessoas tendem a ceder ao pedido por mais petisco e muitas vezes não sabem a quantia certa ou a estratégia para oferecer o alimento ou também acabam não tendo tempo de passear com eles, entre tantas outras”, esclarece a médica veterinária responsável pela plataforma de teleorientação veterinária TioChico, Fernanda Loss. 

A especialista salienta, no entanto, que não é possível afirmar que esse aumento é um reflexo direto do comportamento dos tutores. “Eles têm sim forte influência sobre a saúde dos mesmos”, complementa.

Obesidade pode facilitar o desenvolvimento de outras doenças

A probabilidade dos cães e gatos diagnosticados com obesidade desenvolverem outras doenças é consideravelmente maior do que os que estão em seu peso ideal. “As chances dos cães com excesso de peso apresentarem doenças de pele são 4 vezes mais elevadas, já os gatos, 7 vezes mais. Quanto ao risco de desenvolver diabetes e hipotireoidismo, os cães 4 vezes e os gatos, 5 vezes mais. Por último, os riscos de problemas respiratórios também aumentam de 2 a 4 vezes mais em ambos”, ressalta Fernanda. 

Para finalizar, a veterinária da plataforma TioChico reforça a necessidade dos tutores se atentarem aos riscos que o excesso de peso representa para os pets e procurarem ajuda profissional. “Alertamos para os perigos desta doença que atinge também os pets e reforçamos a importância da orientação veterinária frequente. Quanto mais cedo procurar atendimento para o seu animal de estimação, menos difícil será o processo”, conclui.


compartilhe