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Retorno ao presencial pode alterar o comportamento dos pets

Especialistas explicam como os tutores podem ajudar na adaptação dos animais a essa nova rotina

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Quem aí aproveitou o home office para ficar mais pertinho da família, seja ela humana ou de quatro patas? Com a pandemia, parte da população passou a trabalhar de casa e isso possibilitou uma maior interação com os pets, por exemplo. Agora, com o retorno do trabalho presencial, o desafio dos tutores é adaptar os bichinhos a essa nova rotina.

Nova rotina pode alterar o comportamento

Especialistas explicam que o fim do home office pode causar mudanças no comportamento dos animais, que acostumaram-se a ficar mais próximos dos donos nos últimos dois anos. “Os pets, de uma forma geral, possuem uma rotina, que foi adaptada quando seus tutores passaram a ter seu trabalho home office e agora, com o retorno ao presencial, podem apresentar alterações comportamentais que precisam da atenção do tutor. Alguns animais podem sentir mais do que outros, variando de pet para pet”, alerta Ana Cassenego, médica veterinária e coordenadora do curso de Medicina Veterinária da UniRitter.

O também médico veterinário e membro do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Sul (CRMV-RS), Deniz Anziliero, chama atenção para aspectos relacionados à saúde dos bichanos. “Com o retorno das atividades presenciais e, principalmente, da vida social, é provável que os pets passem por uma situação de estresse até se adaptar novamente à rotina familiar”, ressalta. 

De acordo com Deniz, durante esse período, o estresse pode deixar os animais mais suscetíveis a contrair doenças. O pet pode apresentar ainda ansiedade e comportamentos indesejáveis, como fazer as necessidades fora do lugar habitual, morder objetos, entre outras coisas. 

A coordenadora do curso de Medicina Veterinária da UniRitter, explica ainda que cada pet tem variações próprias de comportamentos, por isso, o dono do animal deve investigar alguns sinais. “Alterações comportamentais podem demonstrar manifestações de doenças. Alguns exemplos: redução da alimentação, mudança em como ele faz as necessidades e reduções de atividade física. Recomenda-se, sempre, a busca por ajuda de um médico veterinário nesses casos”, indica Ana.

Os animais podem ficar sozinhos em casa?

Uma dúvida comum que surge durante esse período de retorno é se os pets podem ficar em casa sem supervisão enquanto os tutores trabalham. Segundo os médicos veterinários Ana e Deniz, a resposta é sim, porém é necessário ter alguns cuidados, pois eles podem desenvolver problemas por sentirem-se muito sozinhos. 

Conforme explica o membro do CRMV-RS, no início do período de adaptação, não é recomendável passar longos períodos longe de casa. “Essa adaptação à nova rotina pode levar tempo e o animal pode ter problemas. Uma saída é, quando possível, pedir auxílio para familiares e amigos para que em algum momento do dia socializem com os pets”, sugere Deniz. 

Outra opção é a possibilidade de deixar o bichinho em espaços e ambientes de recreação nesses primeiros dias, como forma de auxiliar na adaptação do animal.

A médica veterinária Ana Cassenego lembra também que alguns animais possuem um comportamento mais territorialista e solitário de forma natural, como os felinos, não havendo, nesses casos, obrigatoriedade de supervisão. Já os cães, são mais sociais e apresentam comportamentos naturais de matilhas, sendo recomendada uma companhia. A introdução de um novo pet, no entanto, deve ser muito bem avaliada pelo tutor, orienta a profissional.

Como ajudar na adaptação dos pets

Ao iniciar a adaptação é necessário, em primeiro lugar, entender que a reação ao processo é diferente para cães e gatos, pois são espécies distintas. Segundo Deniz, que coordena o curso de Medicina Veterinária do IMED, os felinos, por exemplo, têm a característica de serem mais independentes e provavelmente sofram menos com as mudanças. Já os cães, são muito mais sensíveis e dependentes dos humanos.

Em ambos os casos, o que os veterinários recomendam é que a adaptação à nova rotina seja gradual. Além disso, os tutores precisam deixar o ambiente agradável e confortável para o seu animal nos momentos do dia em que não estiverem em casa, seja com brinquedos, ou mesmo, peças de roupas com o seu cheiro. “Enriquecimentos ambientais ou alimentares ajudam a ocupar a mente do pet durante o período de ausência do seu tutor”, esclarece Ana Cassenego.

Para aqueles que optarem por espaços e ambientes de recreação, Deniz Anziliero traz orientações sobre a escolha do local ideal. “Observe as condições de infraestrutura e a presença de um profissional médico veterinário responsável técnico, garantindo assim a segurança do seu animal”, destaca.

por Vitória Nunes Soares

Como boa repórter, está sempre pronta para aprender sobre todas as coisas. Tem estilo low profile, ou seja, é meio sumida das redes sociais pois prefere viver.


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