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Cuidados para viajar com gatos e cachorros de forma segura

Antes de pegar a estrada com seu bichinho, saiba como transportá-lo bem protegido

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Os animais de estimação são, cada vez mais, verdadeiros membros da família - queremos tê-los por perto em todos os momentos. Inclusive, na hora de planejar uma viagem. É possível levar os pets como acompanhantes, mas é preciso ficar atento a uma série de cuidados necessários para que a viagem seja segura. E as precauções começam antes mesmo de sair de casa.

A primeira e mais importante orientação é que os animais não devem ficar soltos. Além de perigoso, isso pode gerar multa para o condutor do veículo. Eles precisam estar nas caixas de transporte. No caso dos cachorros, ainda existe a opção da peitoral presa ao cinto de segurança. 

“Cobrir os vidros ou até mesmo a caixa com algum pano ou toalha pode ajudar a diminuir o estresse dos pets. Para viagens longas, é importante programar paradas para os animais poderem se alimentar, beber água, e fazer as necessidades”, explica o veterinário Humberto Schmidt.

Cuidados antes da estrada

Cachorros ou gatos precisam estar adaptados não só à caixa de transporte, mas também ao carro. “Alguns animais sofrem muito com a viagem, portanto é sempre indicado consultar não só o veterinário clínico, mas também um veterinário comportamental. Esse profissional vai poder orientar quanto à forma correta de adaptar o pet ao processo que envolve o deslocamento”, indica Schmidt.

Além disso, o profissional pode alertar a família sobre as vantagens e desvantagens de levar o pet junto, ajudando na escolha mais adequada levando em consideração o bem-estar do cão ou gato.

Caixa de transporte

É essencial que o pet faça uma adaptação gradual à caixa de transporte, que vai depender muito do comportamento individual do bichinho - alguns já fizeram uma associação negativa em relação ao material. 

“O ideal é deixar a caixa sempre aberta no ambiente, acostumando o cão ou gato desde filhote. Existem caixas que permitem a retirada da sua parte superior e isso ajuda muito no processo de adaptação, pois usamos a parte inferior como caminha nos primeiros dias de treinamento. O objetivo é sempre proporcionar uma associação positiva, seja com petiscos ou brinquedos”, orienta o veterinário.

Uma ideia é, aos poucos, induzir o pet a entrar na caixa, e ao entrar ele deve ganhar algo muito bom. Com o passar dos dias, aumentar o tempo com que o cão ou gato fica lá dentro, fechando a parte superior e depois de alguns dias fechar a porta da caixa. 

“Precisamos prestar atenção no seu comportamento, encerrando a sessão de treinamento sempre de uma forma positiva, evitando choros, latidos ou miados por estresse. Por isso, esses treinos devem ser bem curtos no início, para evitar a frustração dos nossos amigos”, explica Schmidt. 

A adaptação deve ser feita de 20 dias até pelo menos um mês antes da viagem de carro. “Hoje já existe no mercado um spray com feromônios sintéticos que promovem uma sensação maior de conforto para cães e gatos, que deve ser aplicado na caixa de transporte 15 minutos antes de colocar o pet”, complementa o profissional. 

O tamanho da caixa deve ser proporcional ao porte do cão ou gato, permitindo que o animal possa se movimentar lá dentro. “Ela deve ter uma porta segura com pequenas aberturas para a passagem de petiscos”, lembra Schmidt.

Gatos pedem viagens mais curtas

Os gatos, de forma geral, são animais que se estressam mais facilmente ao sair do seu território. É preciso levar em consideração se a viagem não será muito estressante para o felino. Será que vale a pena submeter o gato ao estresse? 

“O ideal é fazer viagens mais curtas com eles. Caso não seja estritamente necessário levar o pet e os tutores não fiquem muito tempo fora de casa, recomendo contratar o serviço de algum cuidador e fazer a adaptação com esse profissional alguns dias antes da viagem”, explica.

Documentação necessária

As vacinas do seu pet estão em dia? Isso também deve ser levado em consideração antes da viagem. Para trajetos de carro, os proprietários devem sempre levar a carteira de vacinação com prazo de validade em dia, além de um atestado de saúde emitido por um profissional veterinário.

“Na consulta os donos podem informar o destino da viagem para que o veterinário possa orientar de maneira adequada quanto ao risco de enfermidades presentes no destino escolhido”, aponta o profissional. 

Viagem de ônibus ou avião

O proprietário deve entrar em contato com as empresas para verificar quais são os requisitos. Viagens internacionais exigem regras quanto ao transporte dos pets que podem variar de acordo com o país pretendido, por isso é bom buscar informações junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Em aviões, o pet também deve estar adaptado a barulhos e situações que ele possa encontrar na espera para o embarque. E é indicado que esse passeio seja feito após o animal já estar habituado a viagens de carro, por exemplo. 

“Depois que ele conseguir usar a caixa de transporte e andar bem de carro, é interessante levá-lo a locais mais movimentados antes de ir para o aeroporto, começando por locais com estímulos menores e evoluindo gradativamente para locais com maior movimentação de pessoas e com mais barulhos, até conseguir frequentar o aeroporto alguns dias antes da viagem”, orienta Schmidt. 

Dessa forma esses estímulos diferentes vão se tornando mais conhecidos para o pet. “Usar petiscos para reforçar comportamentos calmos e brinquedos para criar distrações é muito importante nesse processo de adaptação”, lembra o veterinário. 

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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