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Como escolher um pet?

Porte, pelagem e temperamento são algumas questões que precisam ser avaliadas na hora de adotar ou comprar um cão ou gato

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Os animais de estimação completam as famílias e trazem alegria aos lares. Entretanto, é importante lembrar que, como se trata de uma vida, é preciso encarar o fato com responsabilidade. Na pandemia, o número de adoções cresceu, infelizmente, na mesma proporção dos abandonos. Se você decidiu ter um pet e começou a se questionar sobre qual seria o bichinho ideal, saiba que existem várias questões a serem consideradas para fazer a escolha certa. 

Em primeiro lugar, é importante levar em conta que a decisão de comprar ou adotar um pet deve ser unânime entre os residentes da casa, evitando problemas futuros de relacionamento no âmbito familiar. O próximo passo é eleger a espécie do pet: cão ou gato? “Nesse caso, a decisão deve levar em consideração a preferência e a expectativa do futuro novo tutor, além de seu estilo de vida e dos demais membros da família”, explica a veterinária da Hercosul, Renata Zimpel. 

Pessoas que viajam muito ou que passam grande parte do dia fora de casa, geralmente tendem a optar pelos felinos, que são mais independentes e suportam melhor a ausência do tutor – o que não significa que eles não saibam aproveitar muito bem uma boa companhia. “No entanto, deve-se considerar a necessidade de instalar telas nas janelas, impedindo o acesso dos gatinhos à rua”, orienta Renata. Já aquelas pessoas que têm mais tempo disponível e já se imaginam passeando com seu pet no parque, provavelmente escolherão um cão. 

Comprar ou adotar?

Uma vez eleita a espécie do novo membro da família, outras dúvidas começam a surgir. Mais uma vez, é preciso compreender as necessidades e limitações de cada tutor ou de sua família. Adotar um cão ou gato, além de ser mais econômico, pode ser mais animador, dependendo da situação. “Existem muitas opções de pets disponíveis para adoção e, se você quiser, com certeza vai encontrar um exemplar que se encaixe no seu perfil. Se você não tem experiência com filhotes, por exemplo, ou não tem disponibilidade para lidar com os desafios de ter um, adotar um pet adulto pode ser uma excelente alternativa”, indica a veterinária.  

Contudo, existem casos em que a escolha é pela compra de um animal de raça e a recomendação é que o criador seja escolhido com precisão. Quem se enquadra nessa situação, precisa pesquisar criadores registrados, conhecer pessoalmente os locais onde os pets são criados e não fomentar a criação ilegal ou, como se diz, “de fundo de quintal”. “Ninhadas geradas de forma irregular tendem a apresentar problemas de saúde a curto e médio prazo. Se você optar por adquirir um pet de raça, estude com calma a melhor opção para o seu estilo de vida e para o ambiente em que você vive”, alerta Renata. Ainda há outros aspectos importantes a serem considerados na escolha do seu novo bichinho. Confere:

Portes

Para quem mora em um apartamento, cães de raças pequenas ou mini podem ser as melhores opções, principalmente em função do volume de fezes que é proporcional ao tamanho do cão. “Além disso, cães de porte grande, se não forem extremamente calmos, podem causar alguns estragos dentro de casa, derrubando objetos, por exemplo”, aponta Renata.  

Outra questão importante a mencionar são os gastos com o cão, que também têm uma relação forte com o porte do animal. “Quanto maior o cão, maior o volume de alimento que ele consome por dia, mais tapetes higiênicos ele usa (caso seja esse o local destinado para as necessidades fisiológicas), mais caro é o banho no pet shop e maior o custo das medicações que porventura ele possa necessitar ao longo da vida”, alerta a profissional. 

Para quem decidiu ter um gatinho, o porte já não é o fator mais importante, visto que não existem muitas variações, a exceção de raças como o Maine Coon, por exemplo. “Nesse caso, priorize avaliar questões como a pelagem e o temperamento dos bichanos”, indica. 

Pelagem

A queda de pelos costuma ser sazonal para cães e gatos. No entanto, existem raças menos susceptíveis a essa questão, como o Maltês e o Yorkshire, cães bastante recomendados para tutores alérgicos. 

Além da preocupação com a queda de pelo dos pets, o que pode se tornar um problema em relação à convivência dentro de casa, os cuidados com a pelagem também fazem a diferença na hora de escolher o pet ideal. “Cães e gatos de pelos longos exigem maior tempo dedicado à escovação e uma alimentação adequada com benefícios focados na saúde da pele e na qualidade da pelagem”, explica Renata.

Temperamento

Para quem optar por um cão que vai conviver com crianças, por exemplo, é necessário focar em raças fáceis de adestrar e de temperamento mais dócil, como o Shih Tzu, o Beagle, o Labrador, o Golden Retriever e o Border Collie – lembrando que cachorros grandes podem ser um pouco desajeitados e oferecem alguns riscos durante as brincadeiras. “Uma vez definida a raça, se for possível peça ajuda ao criador para escolher o filhote com melhor perfil da ninhada, pois mesmo sendo irmãos, os cães têm diferenças significativas de temperamento entre eles”, aponta a veterinária. 

Algumas raças têm um temperamento mais territorialista e podem dar muito trabalho se você costuma receber visitas. “Fila Brasileiro, Akita, Doberman e Bullmastiff são exemplos de cães que costumam ser mais desconfiados com estranhos. Nesses casos, o adestramento é primordial”, orienta. 

Dependendo do perfil, muitas vezes pode ser aconselhável investir em uma raça mais calma como Buldogue Inglês, Pug, Basset Hound, Cavalier King Charles Spaniel e Buldogue Francês. “Esses cães costumam passar um bom tempo descansando ao longo do dia”, comenta Renata. 

Já para os gatos, existem raças conhecidas pela personalidade mais forte. “É o caso dos Siamês, e outras que costumam ser mais calmas como o Persa, que é muito adequado para crianças e para quem não tem experiência anterior com gatinhos”, finaliza a profissional. 

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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