5 livros escritos por mulheres que falam sobre racismo
No Mês da Consciência Negra, selecionamos cinco obras que abordam o racismo em diferentes épocas e contextos
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No último dia 20 de novembro, foi celebrado o Dia da Consciência Negra mas, devido à relevância social do tema, ações e debates acerca do assunto não se restringem somente a essa data. Todo o mês de novembro é marcado por discussões que visam combater o racismo e a desigualdade, além de promover a consciência da importância dos negros em nosso sociedade.
E, como forma de ampliar mais ainda a compreensão sobre o tema e valorizar o trabalho de escritoras mulheres, selecionamos cinco livros que falam sobre o racismo. São desde publicações clássicas e romances históricos e até um ensaio sobre a atualidade. Confira a seguir:
Identidade, Nella Larsen
Escrito por Nella Larsen, Identidade se tornou um clássico literário atemporal que reflete sobre a sociedade americana nos anos de 1920. O romance gira em torno das personagens Irene Redfield e Clare Kendry, duas amigas de infância que se reencontram, após anos, em Chicago e que lidam com suas origens de forma distinta. Devido a miscigenação, Clare se passa por branca, enquanto Irene assume com muito orgulho que é uma mulher negra. A partir das personagens principais, Nella aborda temas como racismo, classe e gênero.
A Cor Púrpura, Alice Walker
A obra A Cor Púrpura foi escrita por Alice Walker em 1982 e, além de ter ganhado o Prêmio Pulitzer - um dos mais importantes da literatura e do jornalismo -, ficou muito famosa por ter inspirado para o cinema e teatro. Ambientada no período entre 1900 e 1940, o livro conta a história de Celie, uma mulher pobre e negra que vive no sul dos Estados Unidos em uma sociedade racista, machista e misógina. A jovem foi estuprada pelo padrasto e depois, forçada a se casar com outro homem violento e relata essas situações ao longo da obra por meio de cartas que escreve para Deus e para sua irmã.
O sol é para todos, Harper Lee
Outro vencedor do Pulitzer na nossa seleção. O sol é para todos é o livro de maior sucesso de Harper Lee, foi escrito em 1960 e se tornou rapidamente um clássico da literatura moderna. Tamanha a importância, que atualmente ainda são vendidas milhões de cópias da obra. A publicação tem como enredo o cotidiano da família de um advogado de Maycomb, no Alabama, que assume a defesa de um negro, acusado de estuprar uma mulher branca. A história é narrada a partir da visão de uma criança, Scout Finch, a filha mais nova do advogado. É um retrato do racismo e da injustiça, marcas da sociedade sulista da década de 1930 nos Estados Unidos.
Vá, coloque um vigia, Harper Lee
Vá, coloque um vigia é a continuação de O sol é para todos. Na obra, Harper Lee traz novamente Scout como narradora da história e foca no período em que ela retorna para Maycomb para visitar o pai, já adulta. Vinte anos se passaram desde o julgamento em que seu pai defendeu um negro acusado de estupro e apesar do tema da segregação racial ter ganhado espaço, Scout fica surpresa ao perceber como poucas coisas mudaram na cidade. O racismo permanece e a jovem passa a ver seus amigos e familiares a partir de uma nova perspectiva, questionando questões éticas e valores.
Pequeno Manual Antirracista, Djamila Ribeiro
Pequeno Manual Antirracista é a obra mais contemporânea da nossa seleção. Escrito pela filósofa e professora brasileira Djamila Ribeiro, o livro é uma publicação compacta, de bolso, curto e didático que resgata as origens do racismo e discute formas de combatê-lo, em lições distribuídas em 11 capítulos. A obra reflete sobre a atualidade e a necessidade de envolver todos e todas na luta antirracista e foi a vencedora do Prêmio Jabuti de Ciência Humanas em 2020.