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Perda de massa muscular é preocupação durante o isolamento social

Mulheres sofrem ainda mais com o problema que tem como causas o sedentarismo, o desequilíbrio alimentar e o sono inadequado

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A perda de tecido muscular, conhecida como sarcopenia, ocorre principalmente pela falta de estímulos. Além das doenças neuromusculares, existem diversos fatores que podem levar a esta condição: sedentarismo, desequilíbrio alimentar e sono inadequado são alguns exemplos. Durante este período de isolamento social, não é difícil se identificar com algum deles.

Segundo o educador físico e professor da Unisinos, Anderson Loureiro, apesar de não ter sido publicado nenhum estudo científico a respeito do tema até o momento, é possível concluir que a perda de massa muscular tem sido mais comum neste período. “O isolamento social instiga àqueles que não tinham o hábito do exercício físico regular a diminuírem ainda mais suas atividades cotidianas e por consequência a diminuição do estímulo neuromuscular, o que leva à distrofia muscular”, explica.

Os dois gêneros estão sujeitos a sofrer com a sarcopenia, porém, conforme explica Loureiro, por questões hormonais e sociais as mulheres sofrem ainda mais comparada aos homens. “O aspecto hormonal se destaca entre outros fatores, a menor produção de testosterona comparada aos homens. No mesmo caminho, os homens apresentam um estilo de vida mais ativo que as mulheres, principalmente no que diz respeito aos esforços vigorosos mesmo que não sejam recreacionais”, aponta.

Como evitar a sarcopenia

Está cientificamente comprovado: o principal agente na preservação e muitas vezes na reversão da sarcopenia é o exercício de força. Entretanto, o professor ressalta que devemos destacar a necessidade da avaliação das capacidades físicas das pessoas, o que é responsabilidade do profissional de educação física. “Esta avaliação deve contemplar os aspectos posturais, as preferências das pessoas, as dificuldades, entre outros fatores. E desta forma, prescrever de maneira planejada os programas de treinamento de força”, destaca. 

A alimentação também é um fator determinante quando falamos de perda de massa muscular. “Nosso organismo é produto das células, que formam os tecidos,  e os mesmos formam os órgãos que por sua vez se inter relacionam como os sistemas. Portanto, precisamos não somente dos macronutrientes (proteínas, gorduras, carboidratos), mas também e tão importantes são os micronutrientes (vitaminas e sais minerais)”, explica Loureiro. “Sobre os hábitos alimentares, está bem estabelecido que a qualidade do alimento é muito mais importante que a quantidade, enfatizo que não somos um livro contábil onde o cálculo energético fica simplificado sobre a quantidade calórica ingerida e a quantidade calórica gasta, seja para emagrecer ou para hipertrofiar”, complementa.

Exercício em casa é possível, mas exige cuidados

Estar em casa não precisa ser uma desculpa para não praticar exercícios físicos. Entretanto, o professor destaca que, é preciso classificar as pessoas (sedentários, ativos, atletas, apresentam desequilíbrios musculares, apresentam limitações articulares, etc) para poder prescrever os exercícios de maneira que não sobrecarregue a pessoa e ao invés de criar adesão ao treinamento, despertar aversão ao treinamento pois a prescrição foi demasiada.

Ele alerta: exercício é coisa séria, pode ser um santo remédio ou pode ser o agente da lesão. “Mas sempre que realizamos qualquer exercício com boa postura, velocidade correta e boa amplitude de movimento pode e deve ser realizado”, pondera.

O professor elencou algumas dicas de exercícios que podem ser feitos em casa, com segurança: agachamento (sentar e levantar de uma cadeira); abdominais no tapete sem retirar a região lombar do solo; flexão de braços apoiados na beira da janela (iniciantes); apoio (flexo-extensão dos cotovelos) no solo. “Estes são exemplos de exercícios que apresentam uma boa demanda do sistema neuromuscular e podem melhorar a qualidade muscular”, finaliza.

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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