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Suicídio é tabu social que precisa ser tratado por todos

Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e a Campanha Setembro Amarelo visa colocar na pauta da sociedade questões de saúde mental, depressão, ideação suicida e o suicídio

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Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) organizam, em todo o país, o Setembro Amarelo - maior campanha anti estigma do mundo. O mês foi escolhido porque, hoje, é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, data que coloca os holofotes sobre esse assunto, que ainda é considerado um tabu por boa parte da sociedade.

Os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, em 2019, foram contabilizados mais de 1 milhão de suicídios no mundo, entre casos notificados e subnotificados. No Brasil, calcula-se que há cerca de 14 mil casos anuais, ou seja, em média 38 por dia. Os dados nos mostram que morrem mais pessoas por suicídio do que por HIV, malária ou câncer de mama, ou guerras e homicídios. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa de morte - depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal.

Conversar sobre esse assunto é delicado, porém necessário. As pessoas precisam saber como lidar com a depressão e as escolhas que podem ser feitas a partir dela. E esse cuidado é de duas vias: além de cuidar de si e das próprias emoções, buscando ajuda quando necessário, as pessoas precisam saber cuidar do outro, perceber nas outras pessoas sinais de que elas também precisam desse apoio.

Como podemos ajudar uma pessoa em depressão ou em ideação suicida?

O site Setembro Amarelo compartilha uma série de materiais que podem ajudar a sociedade a discutir as questões de saúde mental, depressão, ideação suicida e o suicídio em si. Em 2022, o lema da campanha é “A vida é a melhor escolha!” e, sabendo disso, nós preparamos uma lista de dicas para você saber como cuidar de uma pessoa que talvez acredite não haver motivos para continuar vivendo: 

- Seja empática com os sentimentos do outro. Nas conversas, ouça de verdade, com atenção, quando a pessoa lhe contar como está se sentindo. E leve o assunto a sério: não ria nem faça piadas sobre o desabafo;

- Não tenha preconceitos em relação aos problemas das pessoas, se ela está falando com você é porque acredita que pode confiar – dê isso a ela; 

- Conselhos não ajudam. Principalmente aqueles “ah, esquece!”, “não fica assim, vai passar” ou ainda “você tem que sair mais, fica muito tempo sozinha”. Esse tipo de frase pode ter efeito inverso, ou seja, fazer a pessoa se sentir fraca, pois não está se esforçando o suficiente para ficar bem ou porque está só fazendo drama;

- Cada pessoa é única e a sua vida é diferente da vida do outro. Então, não faça comparações, apenas respeite o sentimento e os problemas do outro;

- Se você perceber algum sinal de ideação suicida, busque ganchos na conversa para perguntar diretamente “você pensa em morrer?”;

- Lembre-se que pessoas com ideação suicida não devem ficar sozinhas. Se for fazer companhia para alguém nessa situação, não a deixe trancar portas, evite seu acesso a meios letais e fique ainda mais atenta aos sinais.

Se você precisar de mais informações sobre o assunto, pode consultar o material disponibilizado no site SetembroAmarelo.com. Nele você encontra uma série de informações sobre doenças mentais e suicídio, fatores de risco e sinais de alerta, uma cartilha sobre ‘como Ajudar’ e uma carta aos pais sobre a ocorrência de automutilação entre jovens.


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