capa

Solitude: ficar sozinho pode ser benéfico e te mostramos por quê

Curtir a própria companhia ajuda a promover reflexões e o autoconhecimento

publicidade

Todo mundo já ouviu aquela frase que diz que os humanos são seres sociáveis e que não gostam de ficar sozinhos. Apesar do contato com outras pessoas realmente ser importante e necessário, passar um tempo sozinho também é. 

Essa prática de escolher ficar só e separar alguns momentos para aproveitar sua própria companhia tem um nome, chama-se solitude e pode abrir um importante espaço para reflexão e autoconhecimento. 

De acordo com a psicóloga Ananda Warpechowski, compartilhamos boa parte da nossa rotina com outras pessoas, no trabalho, em casa e com os amigos, então ter um momento para si mesmo é também uma forma de autocuidado.

“Estar em solitude nos proporciona pensar sobre as coisas e sobre nós mesmos. Se a pessoa se permitir um tempo para si, com o pensamento no presente, é provável que descubra muito de si. Na correria do dia a dia pouco se tem esses espaços. Porém, quanto mais me conheço, melhor me relaciono com o mundo”, explicou Ananda. 

Solitude x solidão

A solitude pode ser facilmente confundida com a solidão e apesar de as palavras serem semelhantes, elas têm significados diferentes e referem-se a experiências distintas. Ananda explica que no caso da solitude, escolhe-se permanecer um tempo sozinho. É uma condição voluntária. 

Já a solidão corresponde ao sentimento de estar só, tanto fisicamente, sem ter alguém por perto, como emocionalmente, quando nos sentimos sozinhos mesmo na companhia de outras pessoas. 

Outra diferença é que enquanto a solitude é benéfica, a solidão não. “Quando falamos de solidão, estamos falando de um sentimento de não pertencimento, sentimento de vazio e angústia, o que acaba muitas vezes trazendo sofrimento para o sujeito. A pessoa pode se sentir só em alguma situação específica da vida? Pode. Mas se esse sentimento persiste muito, pode levar a um quadro de depressão, por exemplo. Se traz um desconforto, o ideal é procurar auxílio de um profissional e buscar compreender as causas desse sentimento”, alerta a psicóloga.

Como praticar a solitude

Praticar a solitude é mais fácil do que se imagina. Apesar de possível, não é necessário, por exemplo, fazer uma viajar sozinho, segundo a psicóloga Ananda, a solitude pode aparecer em pequenas situações do dia a dia, como:

“Uma leitura, uma meditação, ou qualquer outro momento destinado a permanecer sozinho, com o intuito de olhar para si. Pode até estar na presença de outras pessoas, mas naquele momento é importante estar conectado com seus pensamentos”, ressaltou a profissional.

Ela alerta que com a chegada das redes sociais, estamos sempre conectados e interagindo com outras pessoas, o que diminui o nosso tempo reservado a nós mesmos. “Um tempo sozinho para pensar, refletir, descansar, não pode ser visto como ‘perda’ de tempo. Essas pausas são necessárias para continuar nossas atividades do dia com mais qualidade e saúde mental”, complementou.

Além disso, praticar a solitude é também um exercício de amor próprio. É aprender a gostar de si mesmo e da sua companhia. “O amor próprio é importante para o desenvolvimento de uma vida satisfatória. Uma vida que pode ser compartilhada com os outros. O ser humano tem suas relações, mas nunca pode esquecer da sua individualidade e de separar um tempo para a mesma’, finalizou a psicóloga.

por Vitória Nunes Soares

Como boa repórter, está sempre pronta para aprender sobre todas as coisas. Tem estilo low profile, ou seja, é meio sumida das redes sociais pois prefere viver.


compartilhe