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É preciso aceitar a opinião do outro sem transformá-la em conflito

Mas por que há tanta resistência em conviver com pensamentos opostos?

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As diferenças e divergências entre as pessoas são boas oportunidades de aprendizado e crescimento. Porém, ainda há tanta resistência em conviver com pensamentos opostos. Quando analisamos atitudes intolerantes, apáticas e demonstrações de ódio que acontecem com frequência na sociedade, especialmente nas redes sociais, podemos fazer algumas reflexões.

O que leva as pessoas a se mostrarem tão intolerantes com raças, tribos e escolhas diferentes das suas? É fato que as diferenças de ideias são tão naturais na sociedade quanto a necessidade de se expressar. Sendo assim, não é possível ignorar nem um nem outro. Ou seja: a diversidade existe e pode ser debatida, mas não deve se tornar motivo de intolerância e ódio.

É preciso saber tolerar e aceitar conviver com o diferente. E isso pode ser um exercício feito em atitudes do dia a dia. A psicóloga e professora da FAE Centro Universitário, Giovanna Medina, e o professor e coordenador de Filosofia do Ensino Médio do Colégio Bom Jesus, Leandro Amorim, prepararam algumas sugestões para que as pessoas possam conviver melhor com as diferenças de idéias e transformem as relações mais harmoniosas:

Oportunidade de crescimento

Sendo a diversidade essencial nas nossas vidas, é possível encará-la como oportunidade de criar novas maneiras de enxergar o mundo e, assim, aprender cada vez mais. “O aprendizado se dá nas contradições, no novo, na criatividade. Nunca teremos uma situação confortável sem promover desenvolvimento. As crises, os desafios estão aí para promover esses avanços”, ressalta Giovanna.

Se coloque no lugar do outro

Parte da sociedade tende a se comportar de forma cada vez mais egoísta e individualista – o que tem se agravado na pandemia. “Eu preciso me colocar mais no lugar do outro e, com isso, me desenvolver. Entender que não sou dono da verdade, adotar uma visão mais colaborativa do que de julgadora. Quando eu faço isso, me conecto ao todo e tendo a ter mais empatia com o mundo ao meu redor”, explica a psicóloga.

Não pratique o ódio

Quando se entende que o ser humano é complexo, assim como as situações com as quais ele se envolve, é natural que ocorra o processo de questionamento e reflexão: por que a pessoa fez isso ou aquilo? Assim, fazendo essas perguntas, já é possível criar o processo empático, de se colocar no lugar do outro. E não cultuar o ódio. “A cultura bélica é simplista, é limitada. Os fenômenos não são lineares. E precisamos entender isso”, analisa Giovanna.

Tenha mais empatia e humildade

O professor Leandro avalia que essas são atitudes para que o ser humano possa conquistar seu crescimento como pessoa, fazendo-o entender algumas de suas características fundamentais: a igualdade entre todos – seres esses que, sendo iguais, conseguem (e devem) viver dentro de uma cultura de amor, e não de raiva. “É preciso lutar para que fatos e acontecimentos não destruam nossa humanidade, pois é isso que configura essa relação empática e de amor”, afirma. 

Em sua análise, não há justificativas, sejam elas culturais ou históricas, para a perpetuação de atos que possam constranger ou denegrir o outro. “Podemos até entender as circunstâncias, mas não aceitar. Se for assim, a adesão ao ataque está sistematicamente vinculada à ignorância, à falta de esclarecimento e também à escolha”, diz. 

Liberdade para fazer escolhas

O livre-arbítrio, isto é, a capacidade e a possibilidade de fazer escolhas leva as pessoas à condição de liberdade (como o próprio nome diz), e não de vitimização. Assim, “eu posso escolher fazer algo diferente, eu posso escolher responder de alguma outra forma, que não seja apenas a forma agressiva, de luta”, ressalta a psicóloga Giovanna. E, claro, tudo vai depender da “bagagem” de cada um: a pessoa age de acordo com o seu conhecimento acumulado com suas experiências. 

“Amorografia”

No ano em que comemora 125 anos, o Grupo Educacional Bom Jesus decidiu celebrar o aniversário promovendo a “Amorografia”, uma série de atitudes ou ações que representam e transcrevem o amor. De acordo com a instituição, é um estudo teórico e prático sobre amar ao próximo com altruísmo e propósito de fazer o bem.

Na página no instagram @amorografia.oficial, a instituição procura trazer dicas para que essas atitudes sejam colocadas em prática, além de estimular que elas sejam feitas. 

Na opinião do filósofo Leandro, a ação vem em um momento em que a sociedade precisa cada vez mais pensar no amor como solução para as crises. “A campanha é genuína quando nos deparamos com um mundo completamente refém e de joelhos diante da maior pandemia da contemporaneidade, indo ao encontro das novas exigências de uma sociedade sedenta de afeto e compaixão”, finaliza.


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