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Obesidade infantil: números do Brasil preocupam

Aproveitamos o Dia da Crianças para alertar sobre a qualidade (e a quantidade) da alimentação da gurizada

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Nesse Dia das Crianças, um alerta para um assunto preocupante: a obesidade infantil. Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil, entre as crianças acompanhadas na Atenção Primária à Saúde do SUS, 14,8% dos menores de 5 anos e 28,1% das crianças entre 5 e 9 anos tinham excesso de peso. Além disso, destas, 7% e 13,2% apresentavam obesidade e 5% as crianças com idade entre 5 e 10 anos foram classificadas com obesidade grave.

Entre os maiores fatores contribuintes para este cenário estão os hábitos alimentares e a falta de atividade física. “Genética não é destino. A obesidade é uma doença multifatorial, mas num ambiente em que os dois pais são obesos, a chance da criança ficar obesa é de 80%”, alerta a nutricionista Claudia Mallmann. “Alimentos processados e ultraprocessados, ou seja, tudo que vem em pacote e tem mais de um ingrediente, nos afastam da dieta saudável que são os vegetais e frutas, grãos integrais, ovos frescos, entre outros. Estes fatores associados à falta de atividade física regular, seja pelo uso abusivo de telas - TV, celular, tablet, jogos eletrônicos, pela falta de espaço no local onde moram ou mesmo na escola, a obesidade se manifesta com maior intensidade”, complementa. 

O estudo do SUS ainda aponta que entre as crianças de seis a 23 meses, 31% consumiram bebidas adoçadas, 48% consumiram algum alimento ultraprocessado e 28% consumiram especificamente biscoito recheado, doces ou guloseimas no dia anterior à coleta dos dados. A infância costuma ser um período de “tentações gastronômicas”. Porém, a nutricionista alerta: o que os olhos não veem, o estômago não deseja! “É preciso monitorar as propagandas que seu filho assiste. Não ter em casa alimentos que concorram com a dieta saudável”, orienta. 

Nesse sentido, a nutricionista traz algumas orientações: “ofereça frutas de diversas maneiras: sorvetes, assadas, salada de frutas, com granola, com iogurte, batidas com chá. Aproveite para associar um vegetal no suco (cenoura, beterraba, couve, hortelã); programe os lanches: tapioca com ovos mexidos, bolo caseiro com linhaça, banana com aveia e canela, creme de abacate, crepioca, pipoca caseira (use pouco sal e azeite de oliva), espetinho de frutas e vegetais; use chás geladinhos no lanche, pode associar uma fruta batida; Chocolate? Pode sim, desde que seja de boa qualidade, sem açúcar de cana, sem lácteos, meio amargo”, indica. 

Pandemia pode ser oportunidade para mudança de hábitos

O isolamento social tem sido associado ao aumento de peso na população de forma geral. Entretanto, quando falamos sobre as crianças, ele também pode ser uma oportunidade de controlar melhor o que está sendo ingerido. “Aprender novas receitas e envolver a criança no processo culinário é maravilhoso, ensina e educa. Crianças adoram cozinhar. Aproveite para conscientizar sobre a alimentação saudável. Ensine como é fácil e prazeroso preparar nosso alimento. Leve a criança na feira, mostre a incrível variedade de alimentos que está a nosso alcance. Destaque as cores dos vegetais e frutas e use como um desafio na hora da refeição (ter mais de 4 cores no prato, por exemplo)”, indica Claudia. 

Sugestão de cardápio saudável

Pedimos para Claudia montar uma sugestão de cardápio que pode ser usado como inspiração para uma alimentação saudável para as crianças:

- 3 porções de frutas por dia;

- 1 folhoso verde cozido (espinafre, couve, repolho, acelga, mostarda etc) e 2 crus (alface, agrião, rúcula, radite, repolho etc);

- 2 hortaliças cozidas e 2 cruas;

- Aipim, ou batata doce ou batata ou inhame ou arroz integral e parboilizado;

- Feijões (preto, branco, vermelho, fradinho, azuki);

- Ovos caipiras ou carnes brancas, peixes do mar, frango sem antibiótico.

 

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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