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Casa livre de alergias: como evitar os problemas respiratórios típicos do inverno

Profissionais relacionam os cuidados e materiais que prezam pela saúde

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Para muitos, o período do inverno significa também a chegada de crises alérgicas que podem perdurar por toda estação. O motivo é simples de entender: com a baixa umidade do ar provocada pelo tempo seco, os agentes causadores das alergias, como poeiras e outros micro-organismos, ficam mais tempo suspensos no ar, provocando reações nas narinas e olhos secos. 

Por todo ano, mas principalmente neste período, o cuidado com a casa e itens do décor devem ser redobrados. O Bella Mais pediu a ajuda das arquitetas Carina Dal Fabbro, Danielle Dantas e Paula Passos para dar dicas que contribuem para amenizar as reações alérgicas dos moradores.

Ambientes ventilados

Além de escolhas de mobiliários acertadas, uma ampla ventilação nos ambientes é essencial. “Aparelhos umidificadores de ar são grandes aliados, porém o uso excessivo pode aumentar a proliferação de mofos. Nada substitui janelas abertas com a luz do sol entrando e ar correndo nos cômodos”, destaca Paula Passos.

O ar-condicionado deve ser evitado, porém em caso de acionamento, deve-se assegurar que os dutos e filtros estão limpos e a manutenção do aparelho está em dia.

Móveis

No quesito mobiliário, prateleiras e nichos abertos tendem a acumular muito pó e demandam limpeza rotineira. É importante também salientar que grandes peças de marcenaria, como armários embutidos ou estantes apoiadas em paredes com a outra face externa, podem absorver maior umidade, ocasionando o acúmulo de fungos e bolores – um pesadelo para que sofre com alergias e problemas respiratórios.

Por isso, as profissionais são enfáticas quanto à execução de tratamentos de impermeabilização. “Sempre nos preocupamos em deixar a marcenaria afastada alguns centímetros para que a parede possa ‘respirar’. Além disso, gostamos de pensar em algumas soluções para que exista ventilação na parte de trás dos móveis. Isso faz toda a diferença no dia a dia”, constata Danielle.

Quanto ao material, Carina Dal Fabbro é categórica: “Indico os sintéticos e de fácil manutenção. No caso das estantes e prateleiras, gosto do MDF, que conta com uma diversidade de acabamentos, desde os amadeirados, até os coloridos”, ressalta. Para as mesas, mármore ou elementos compostos como o Corian e Silestone são indicados pela arquiteta por conta de suas propriedades antibacterianas e facilidade na limpeza.

No caso dos estofados, Carina orienta a opção por couros, sejam naturais ou sintéticos, e tecidos já fabricados com tratamentos anti fungos, anti bactericida e hipoalérgicos. “Hoje, temos a facilidade de contar com um leque de tecnologias desenvolvidas pela indústria têxtil. Isso, sem dúvidas, salva os projetos e nos livra daquela ideia de que alérgicos não podem ter sofás com almofadas, por exemplo”, relembra a profissional.

Revestimentos

Para quem ainda está na fase da obra ou está pensando em reformar, as profissionais são unânimes em recomendar revestimentos e peças que propiciam facilidade de limpeza e manutenção. “Com os cuidados frequentes que uma casa com alérgicos deve apresentar, sempre trazemos itens decorativos que não favoreçam o acúmulo de partículas de pó”, detalha Paula. Dessa forma, revestimentos com texturas e alta porosidade não são bem-vindos.

Quando o assunto é piso, o ideal é partir para opções como porcelanato, cerâmica e pedras ornamentais, que são muito práticas durante o processo de higienização. Entre os proibidos, o carpete desponta na primeira colocação do ranking, seguido pelo piso de madeira com muitas reentrâncias. “Tapete costuma provocar polêmica, mas quem não abre mão deve ter o aspirador de pó como aliado”, enfatiza Carina.

Tapetes

Para quem não abre mão do conforto térmico e estético do tapete, pois sabe do aconchego que o item produz nos ambientes, a boa notícia é que o mercado dispõe de versões confeccionadas com materiais antialérgicos, como é o caso das fibras sintéticas. “Pode-se considerar os tapetes com pelagem baixa como melhores opções. Mas nunca as versões do tipo Shaggy, mais conhecidos como ‘felpudos’, que retém mais pó devido à altura dos pelos e tornam a limpeza diária e lavagem periódica mais complicada”, completa Carina, que aponta também como possibilidades mais salutares os tapetes produzidos polipropileno, rayon, poliamida, vinil e viscose.

Objetos

Uma das dicas mais valiosas e unânimes entre as profissionais é retirar o excesso de peças dos ambientes, principalmente aqueles com muitos detalhes e entalhes, pois acumulam muita sujeira. “Uma residência de alérgicos segue uma lista de restrições, principalmente quando se trata de cortinas, estofados, almofadas, carpetes e tapetes”, diz Danielle.

Mas não há de se lamentar, pois o décor oferece substituições que trazem exuberância e conforto. Para cortinas, tecidos laváveis e de manuseio prático, como o voil de poliéster, atenuam o acúmulo de pó e ainda podem ser lavados pelo morador com facilidade e periodicidade.

Já colchões, almofadas e travesseiros devem ser forrados com capas elaboradas com tecido antimofo e periodicamente limpas. “A manutenção periódica é indispensável para manter os problemas respiratórios longe dos moradores. Crie uma rotina de cuidados que funcione para sua casa e mantenha sempre a poeira longe do lar. Desta forma, as crises desencadeadas pelo tempo seco serão bem mais leves”, finaliza Carina.


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