Saiba quais mudanças físicas a menopausa traz para o corpo da mulher

Quando o assunto é menopausa, uma das primeiras coisas que vem à cabeça das mulheres são os famosos “calorões”. Para muitas delas, esse é um dos primeiros sintomas do início do período que marca o fim do ciclo menstrual.

Além do término da menstruação e das ondas de calor, existem, ainda, várias outras mudanças que podem ser percebidas já no período de transição entre as fases reprodutiva e não-reprodutiva feminina, o climatério pré-menopausa e pós-menopausa.

“As mudanças que ocorrem para a mulher nesse período são causadas devido à falta do hormônio feminino. A mulher para de produzir o estrogênio e onde esse hormônio agia, vai haver mudanças, como: ressecamento vaginal, incontinência urinária e diminuição do tamanho das mamas”, explica Adriana Arent, médica ginecologista do Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva.

Mudanças atingem também cabelos, ossos, humor e peso

A falta do estrogênio interfere também na saúde dos ossos da mulher. “Depois da menopausa, ocorre uma perda maior da densidade mineral óssea, por isso é necessário se atentar para o desenvolvimento da osteoporose”, alerta Adriana. Outras mudanças ocorrem no humor. 

Segundo explica Maria Celeste Wender, professora da UFRGS e chefe da ginecologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), o período de transição, entre a pré e a pós-menopausa, é o mais crítico em relação às emoções. 

“Existem mulheres mais vulneráveis à queda hormonal e que podem sofrer com labilidade emocional, irritabilidade e tristeza. É parecido com as mudanças de humor ocasionadas pela flutuação hormonal do período pré-menstrual”, esclarece. 

Já a médica Adriana Arent, chama a atenção para o fato de que a questão hormonal impacta também no sono, causando dificuldades para dormir. Logo, se a pessoa tem sofrido de insônia e não consegue descansar, dificilmente ela estará de bom humor.

Impactos associados à idade e ao estilo de vida

Existem alterações no corpo da mulher que não são causadas unicamente pela menopausa. São mudanças multifatoriais, como é o caso do aumento do peso corporal. De acordo com Maria Celeste, a menopausa não provoca esse ganho de forma direta.

“Com a idade, as mulheres têm menor gasto energético e,além disso, tendem a ingerir mais alimentos e bebidas alcoólicas e reduzir a atividade física, o que explica o ganho de peso”. A professora esclarece que o que ocorre na menopausa é uma mudança do padrão de distribuição de gordura corporal. No período pós-menopausa, há a tendência de um aumento da gordura localizada na região abdominal.

A questão da idade impacta também em mudanças na pele e cabelos. Como a menopausa tem início entre 47 a 53 anos, ela ocorre no mesmo período em que começa o processo de envelhecimento. Por isso, em alguns casos, a mulher pode ter alterações na pele, devido à perda natural do colágeno e ao ressecamento, e ainda, sofrer com a queda do cabelo.

“Não apenas por causa da menopausa e a perda de hormônios, mas o próprio processo de envelhecimento em si pode levar à diminuição da massa de folículos, deixando os pelos mais ralos e assim, o cabelo também pode diminuir sua quantidade após a menopausa”, explica a médica do Fertilitat, Adriana.

Cuidados para ter antes e durante a menopausa

Para reduzir os efeitos da menopausa sobre os corpo, as especialistas recomendam que as mulheres mantenham uma rotina de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada e saudável, de preferência, rica em cálcio. É importante também não fumar e ingerir bebidas alcoólicas com moderação.

Esses cuidados devem ser observados ao longo de toda a vida, para evitar o ganho de peso - que, posteriormente, durante a menopausa, passa por uma redistribuição de gordura, que forma os odiados “pneuzinhos”. 

Por isso, para manter a qualidade de vida durante a menopausa, deve-se continuar adotando todas as medidas preventivas citadas acima, podendo aderir ainda, à terapia de reposição hormonal, indicada tanto por Maria Celeste quanto por Adriana.

“No caso das mulheres com sintomas importantes, a terapia hormonal pode ser feita, com segurança e de forma individualizada. Os tipos, doses, vias de administração e regimes hormonais devem ser adaptados a cada mulher de acordo com seu perfil (de histórico pessoal, familiar, uso de outros medicamentos concomitantes, e exame físico)”, afirma a chefe de ginecologia do HCPA.

Segundo a médica do Fertilitat, a reposição pode ser muito útil para essa fase da vida da mulher e, além de regular os hormônios, auxilia na manutenção da flora, evita infecções e doenças e melhora a questão da libido e de desconfortos na região vaginal. A decisão, porém, de iniciar a terapia, deve ser sempre compartilhada entre a paciente e seu médico, que acompanhará o tratamento de forma adequada, orientam as especialistas.