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Hipertensão arterial: doença atinge quase 30% das brasileiras

Estresse é um dos principais fatores de risco para a pressão alta, que tem prevalência nas mulheres

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Hoje, 17 de maio, é celebrado o Dia Mundial da Hipertensão Arterial. A data foi criada para alertar sobre essa doença que atinge 38 milhões de pessoas no país, segundo informações da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS). 

De acordo com Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada em 2019, pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, 24% dos brasileiros alegaram diagnóstico de pressão alta, o que acabou colocando a hipertensão como a mais frequente entre as doenças crônicas. Em Porto Alegre, por volta de 29% da população adulta é hipertensa, uma das capitais com maior prevalência da doença.

O que é a hipertensão e o que ela causa?

Conforme explica o médico cardiologista e presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul (Socergs), Fábio Cañellas, a hipertensão, popularmente conhecida também como “pressão alta”, está relacionada com a força que o sangue faz contra as paredes das artérias para conseguir circular por todo o corpo.

“A hipertensão arterial ocorre quando a medida da pressão, em medida isolada, é superior à 140 por 90 - ou 14 por 9 -. A pressão alta é uma doença que ataca os vasos sanguíneos, coração, cérebro, olhos e pode causar paralisação dos rins”, esclarece. 

Segundo o especialista, a doença tem alta prevalência e baixas taxas de controle. É considerada ainda, um dos principais fatores de mortalidade cardiovascular, estando associada a 45% das mortes causadas por doenças relacionadas ao coração e aos vasos sanguíneos.

Outro número que chama a atenção é a prevalência da hipertensão arterial nas mulheres. De acordo com a pesquisa Vigitel Brasil 2019, a doença afeta 27,3% das mulheres e 21,2% dos homens. Além disso, nas faixas etárias mais velhas, a partir dos 50 e 60 anos, são elas que recebem a maior parte dos diagnósticos de pressão alta.

A idade é, inclusive, um dos fatores de risco para a doença, juntamente com a obesidade, sedentarismo, ingestão exagerada de sal e álcool, fatores ambientais como o estresse e ainda, a herança genética.

A mudança de hábitos é a principal forma de tratamento 

A pressão alta é considerada um inimigo silencioso. “Normalmente, ao contrário do que as pessoas pensam, a hipertensão pode evoluir por vários anos e até décadas, sem causar sintoma algum e, no entanto, causar danos em órgãos como coração, cérebro e rins, ao longo de décadas”, salienta. Por isso, o médico recomenda a aferição da pressão regularmente, pelo menos uma vez ao ano, a partir dos 40 anos. 

Durante a infância, o pediatra deve aferir os pulsos e medir a pressão da criança na busca de causas congênitas de hipertensão e em pacientes com histórico familiar, esta medida pode ser feita a partir dos 30 anos, orienta o especialista.

Após o diagnóstico da doença, uma das principais formas de tratamento indicada é a mudança de hábitos. Buscar por uma melhor alimentação, reduzir a quantidade de sal na dieta, praticar exercícios físicos e manter o peso adequado são apenas algumas alternativas. Além disso, hoje em dia, é possível utilizar também medicamentos, dependendo da gravidade e das doenças associadas de cada paciente.


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