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Queda de cabelo pode ser uma sequela da Covid-19

Além dos problemas respiratórios, pessoas que tiveram a doença também perceberam o aumento da queda de cabelos e a presença de lesões na pele

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Desde fevereiro de 2020, mais de 30 milhões de casos de Covid-19 foram confirmados no Brasil. Entre os contaminados, estão os assintomáticos e aqueles que enfrentaram problemas respiratórios. Mas, além desses sintomas mais conhecidos e facilmente associados ao vírus, muitas pessoas têm reclamado do aumento da queda de cabelo.

Segundo a dermatologista Camila Seque, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB), o problema pode começar durante o período ativo do vírus da Covid-19 e durar até alguns meses depois.

Queda pode ocorrer após diversas doenças

A equipe da SBD lembra que o eflúvio telógeno, nome técnico da queda capilar, é uma condição frequente que pode ocorrer após diversas doenças e/ou situações de estresse, como infecções, internações, cirurgias, uso de medicações, perda de peso importante, fadiga, burnout, traumas, entre outros.

“A Covid é mais um dos fatores desencadeantes de queda capilar intensa, que normalmente acontece de 1 a 3 meses após a infecção”, destaca a SBD no “Guia Sobre a Covid-19 e suas Manifestações Cutâneas”. O período de queda e a intensidade da perda de fios varia caso a caso. 

Como paliativo, o paciente pode adotar medidas como uma alimentação adequada e a lavagem dos cabelos na frequência recomendada pelo dermatologista após a análise das condições clínicas e exame do couro cabeludo. Também é o médico quem, em alguns casos, vai prescrever um tratamento específico, incluindo a suplementação de nutrientes ou outras medicações.

A SBD alerta que o uso de altas doses de vitamina D no tratamento de queda de cabelo decorrente da Covid-19 não conta, até o momento, com evidências científicas confiáveis.

Lesões na pele são outro sintoma da doença

Além da queda de cabelos, a Covid-19 também pode afetar a pele dos pacientes. Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) indicam que 6 em cada 100 pessoas positivadas apresentaram manifestação cutânea. Apesar de não ser um índice considerado alto, ele é relevante para ajudar no diagnóstico da doença e o correto acompanhamento médico. 

A dermatologista Camila Seque cita que, entre as lesões mais comuns, se destacam a ocorrência de manchas vermelhas pelo corpo (exantemas), manchas arroxeadas na ponta dos dedos (pseudo eritema pérnio), urticária, vesículas e bolhas. Apesar de estas manifestações cutâneas normalmente acontecerem após a ocorrência de outros sintomas, há registros de que lesões como urticárias e exantema podem surgir também antes.

“Essas manifestações cutâneas são super comuns em infecções virais, como dengue e sarampo, e também em doenças de pele, como alguma alergia a medicamentos”, explica a dermatologista, que reforça a importância de se procurar atendimento médico logo que os sintomas começarem a aparecer. 


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