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Limitar o uso de telas no dia a dia pode melhorar a saúde mental

Estabelecer limites ao utilizar celulares e computadores é necessário para evitar prejuízos e manter o bem-estar

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Você já se perguntou quanto tempo gasta em frente às telas? Um levantamento da consultoria AppAnnie mostrou que, em 2021, o Brasil foi o país em que as pessoas passam mais horas no celular, uma média diária de 5,4 horas. 

Aparelhos como celulares, tablets e computadores fazem parte da nossa rotina e concentram em suas telas, parte da nossa vida. Por isso, parece quase impossível se desconectar deles, porém, deve-se estabelecer limites para o seu uso e evitar assim, criar um tipo de dependência.

Prejuízos trazidos pelo uso excessivo de telas

Conforme explica o doutor em Psicologia e professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Alcyr Alves de Oliveira, o que traz prejuízos para a saúde mental de uma pessoa não é a tela em si. “O que mais pode produzir algum tipo de estresse, mal estar ou desconforto são os conteúdos disponibilizados”, esclarece.

Por exemplo, se um indivíduo passa muitas horas em frente ao computador resolvendo pendências do trabalho, pode acabar se sentindo muito cansado ou estressado. Alcyr menciona ainda as notícias. “Vemos inúmeras situações que são ansiogênicas, ou seja, produzem ansiedade, desde notícias sobre o aumento da gasolina, dos preços dos alimentos e sobre a criminalidade. Somos pessoas que se preocupam com estas questões e precisamos superar estes problemas”, comenta.

Segundo o professor, é possível, ainda, desenvolver um tipo de dependência dos aparelhos eletrônicos, sem falar, é claro, dos prejuízos à saúde física, principalmente dos olhos. 

“Os equipamentos de hoje em dia são menos nocivos, mas ainda assim, uma parte da literatura científica aponta para prejuízos no sono. Todavia, muitos estudos sugerem que os distúrbios do sonos podem estar relacionados com o tipo de luz emitida por esses aparelhos e o tipo de conteúdo consumido antes de dormir”, explica.

Limites são necessários, mas é difícil colocá-los

Apesar de ser importante limitar o uso das telas, fazer isso na prática pode não ser tão simples, isso porque não existe uma quantidade de tempo determinada que configure ou caracterize a dependência. 

Então, conforme afirma Alcyr, é difícil estabelecer qual é o limite. Isso dependerá da rotina de cada um e da presença e importância das telas em sua vida. 

Uma sugestão do professor é variar o tipo de mídia usada. Ele lembra que hoje em dia, até as leituras são feitas através de telas. Que tal, então, trocar o livro digital por um físico? Esse pode ser um primeiro passo para passar menos tempo em aparelhos eletrônicos. Ele também recomenda que evite-se e que se reduza o consumo de conteúdos que reconhecidamente causem alterações de humor ou ansiedade. 

Já nos casos em que a pessoa trabalha com esses equipamentos, a dica de Alcyr é realizar alguns intervalos. “A cada 50 minutos, pode-se fazer uma pequena pausa de 10 minutos, levantar, sair da cadeira, alongar os braços e as costas”, sugere.

Ele lembra que em alguns casos, para manter a concentração e foco no que está sendo feito, às vezes é melhor primeiro terminar a tarefa e depois se alongar. Já em outros momentos, o intervalo pode ajudar a pensar melhor. O importante é sempre equilibrar períodos de tempo junto às telas, com atividades longe delas.


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