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Por que as mulheres são mais vulneráveis ao diabetes?

Conheça os fatores de risco para a doença em cada fase da vida da mulher

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Segundo a Federação Internacional do Diabetes (IDF), aproximadamente 199 milhões de mulheres vivem hoje com diabetes no mundo. Até 2040, a estimativa é de que esse número chegue a 313 milhões. Mas por que elas são tão vulneráveis à doença? No Dia Mundial da Diabetes, abrimos espaço para te explicar como ela afeta nosso corpo.

O médico endocrinologista do Hospital Moinhos de Vento, Fernando Gerchman, explica que um dos fatores é o próprio hormônio feminino, que prejudica a ação da insulina no organismo. O segundo aspecto relacionado é uma maior prevalência de obesidade em mulheres do que em homens. Além disso, a distribuição de gordura corporal das mulheres também é importante. “Especialmente a modificação dessa distribuição, que acontece na menopausa, quando usualmente as pessoas começam a ter mais risco do diagnóstico da doença — em torno da quinta ou sexta década de vida”, complementa o médico. 

Gestação

Uma das situações que merece atenção no decorrer da vida da mulher é a gravidez. De acordo com Gerchman, o primeiro passo é fazer um rastreamento da doença. Nos exames iniciais de gestação, a glicose é avaliada para ver se a mãe tem a doença. A partir de 24 semanas de gestação, se faz o rastreamento de diabetes gestacional, que pode ser desenvolvida a partir do segundo trimestre de gestação. O quadro pode ser o destino daquelas mulheres que já têm diabetes previamente ao início da gravidez. 

Essas doenças estão associadas ao maior risco de crescimento fetal excessivo intrauterino e também de complicações maternas durante a gravidez. “Esse maior crescimento do feto pode levar à complicações no período de expulsão do feto, no trabalho de parto, e também pode levar a um risco maior de doenças crônicas. Quando a criança se torna adulta, existe um risco maior de obesidade, de diabetes e de outras doenças crônicas”, alerta o médico.

Menopausa e o diabetes

Outro período também importante é a menopausa. Ela é um momento de aumento do risco porque está associada a uma redistribuição de gordura corporal com maior acúmulo de gordura na região intra-abdominal, especialmente a visceral. “A gente sabe que está associado a um risco maior de doenças crônicas, especialmente aquelas associadas à síndrome metabólica, que são o diabetes, a hipertensão, a dislipidemia e a doença cardiovascular”, explica Gerchman. 

Riscos e prevenção

Os maiores riscos atuais da diabetes para a saúde da mulher são os de doença cardiovascular, incluindo infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, doença arterial periférica e doença renal crônica  — levando à doença renal terminal e terapia de substituição renal e a retinopatia diabética com perda de visão associada. 

“Além disso, existem as complicações neurológicas relacionadas à lesão de nervos periféricos, que podem causar o que nós chamamos de neuropatia diabética. Ela resulta em dor, queimação, perda da sensibilidade, formigamento, podendo levar à amputação de membros inferiores”, alerta o médico. O outro risco que tem sido associado à diabetes e obesidade é o de câncer. 

Mas lembre-se: é possível prevenir o diabetes basta investir numa vida saudável com dieta, aumento da atividade física e sono de qualidade.

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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