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Infertilidade: entenda os motivos que dificultam uma gravidez

Especialista explica os problemas mais comuns que podem afetar a gravidez

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São muitos os fatores que podem gerar dificuldade para a gestação de um bebê. As tentantes precisam estar alertas para situações cotidianas, como hábitos saudáveis, alimentação adequada e, até mesmo, a qualidade do sono. A idade também entra como um fator importante que pode impactar diretamente na fertilidade, sobretudo das mulheres. 

Para tirar essas e outras dúvidas, comuns entre mulheres que estão tentando engravidar, o Bella Mais convidou a ginecologista da Clínica Fertilitat, Rafaella Petracco, para responder as perguntas mais frequentes em relação ao tema. Confira e entenda mais: 

Quanto tempo é considerado normal para conseguir engravidar?

A infertilidade é considerada após 12 meses de tentativas sem sucesso. Então, se considera que existe um problema após esse tempo. Nas pacientes acima de 35 anos, não é necessário esperar esse tempo e uma investigação tem início após seis meses de tentativas, mas em pacientes jovens, se inicia a investigação a partir de 12 meses.

A partir de quando fica mais difícil engravidar?

A partir dos 35 anos, a fertilidade feminina começa a declinar de forma mais significativa. É importante ressaltar que, a cada mês de tentativa, a chance máxima que um casal tem para gestar é em torno de 17%. E, quando diminuímos a chance de gestar por qualquer motivo, diminuímos de um número que não é alto.

Qual a principal causa de dificuldade de engravidar nas mulheres? 

O fator tubário é o mais prevalente. Engloba todas as questões que envolvem o funcionamento das trompas, que são essenciais para a gravidez. Desde a obstrução, que impede o encontro do óvulo com o espermatozóide, e outras condições como aderências, que dificultam o processo de captação do óvulos, ou trompas com a saída mais fechada, que dificulta a passagem do óvulo, por exemplo.

Quais as principais doenças que afetam a fertilidade feminina?

A mais comum é a endometriose, em que o endométrio (mucosa que reveste a parede interna do útero) cresce em outras regiões do corpo. Ganha destaque também a síndrome de ovários policísticos, em que há alterações hormonais que causam problemas na ovulação e na regularidade do ciclo menstrual, dificultando a gravidez.

Quais exames devem ser feitos para encontrar possíveis problemas? 

É importante realizar exames que avaliem todo o sistema reprodutivo, como uma histerossalpingografia para avaliação das trompas e visualização da cavidade uterina. Também uma avaliação ovariana e uterina, que pode ser feita através de uma anamnese cuidadosa e complementada por ecografia transvaginal. E a avaliação do fator masculino, por meio da realização de espermograma. 

O estilo de vida influencia na qualidade dos óvulos?

Sim. Dormir bem, se alimentar de forma saudável e realizar exercícios físicos, além de manter um peso adequado, são fundamentais para uma boa qualidade dos óvulos.

Como posso prevenir esses problemas?

Hábitos de vida saudáveis. Não fumar nem utilizar drogas ilícitas, consumir álcool de forma moderada, proteger-se contra infecções sexualmente transmissíveis, manter peso adequado e realizar atividade física regular são algumas das formas de diminuir as chances de infertilidade.

A tentativa de engravidar, quando não alcançada, causa frustração nas mulheres e afeta a parte psicológica. Como lidar com esse período da melhor forma?

Sem dúvida nenhuma, a questão psicológica afeta muito a vida desses casais. Isso acaba sendo muito mais importante na vida da mulher. Ela geralmente planeja a gestação com planos de que vai parar o anticoncepcional e outros métodos contraceptivos, e em seguida vai conseguir engravidar e esse planejamento existe sem considerar essa demora. Então, quando não acontece conforme havia sido predeterminado, acaba gerando um impacto emocional muito grande na cabeça das mulheres, uma frustração muito grande. 

Eu costumo dizer que as meninas brincam de bonecas desde sempre, elas brincam de ser mãe desde criança. Então, quando o casal se vê nessa dificuldade para engravidar, gera uma repercussão emocional e psicológica bem importante. Médicos e especialistas dessa área devem dar uma importância muito grande para a questão. A infertilidade não é apenas uma doença física, mas uma doença emocional e tem um impacto bastante importante e que merece atenção. Um acompanhamento psicológico, uma conversa com o ginecologista sobre as questões emocionais ajudam a aliviar um pouco a ansiedade, a entender as dificuldades do processo e a passar por isso de uma forma mais leve.


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