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Hérnias abdominais em mulheres: aprenda a identificar o problema

Apesar de ser menos comuns do que nos homens, as hérnias femininas exigem acompanhamento

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Aquela dor que começa a incomodar na região abdominal pode ser um grande ponto de interrogação na rotina feminina. É normal que a primeira suspeita venha de problemas mais comuns entre as mulheres, como cistos ou miomas. Mas a dúvida começa a ser esclarecida no volume facilmente percebido que as hérnias da parede abdominal apresentam.

“As hérnias abdominais são menos frequentes em mulheres, mas o alerta precisa ser feito para evitar o atraso de um diagnóstico tão importante”, destaca o médico cirurgião geral Fábio Strauss. Segundo o especialista, a protuberância da hérnia pode aparecer em qualquer um dos lados da virilha (chamada de região inguinal), ou no umbigo (hérnia umbilical).

Strauss explica que o problema é menos frequente em mulheres por dois motivos: primeiro pela anatomia pélvica e da região inguinal, que é bem diferente entre homens e mulheres; e segundo porque os homens, de forma geral, fazem mais esforço físico excessivo que as mulheres.

Nos homens, as hérnias abdominais surgem em maioria pelo aumento excessivo de peso na região do abdômen, a famosa “barriga de cerveja”, que aumenta a pressão na cavidade abdominal, ou ainda por exercícios físicos praticados com muito esforço. “Já nas mulheres, um fator que pode desencadear a hérnia é a gravidez. Com o aumento rápido da barriga na gestação, as hérnias umbilicais, que causam o volume percebido no umbigo, são as mais comuns”, aponta o médico. 

Como identificar o problema

De acordo com Strauss, de maneira geral, as mulheres observam e cuidam dos seus corpos com mais atenção que os homens. E a melhor forma de identificar qualquer problema é se olhar com cuidado e manter os exames de rotina em dia.  “Falando especificamente das hérnias abdominais, um sintoma comum é a sensação de queimação no local, seja na virilha (hérnias inguinais), seja no umbigo (hérnias umbilicais). Outro sinal bem característico é o aumento de volume nessas regiões. Quando a mulher está de pé ou fazendo suas atividades rotineiras, pode sentir um ‘carocinho’ no local, que se recolhe quando ela deita”, explica.

Entre os fatores de risco das hérnias abdominais estão o histórico familiar, obesidade, esforço físico com excesso de pressão intra-abdominal e o histórico de cirurgia na parede abdominal. “A hérnia da parede abdominal surge quando a estrutura interna da barriga se aproveita de uma fragilidade do músculo para escapar por uma pequena abertura na camada protetora, causando o aumento de volume naquele local”, complementa o médico.

Este escape, na maioria das vezes, acontece com uma pequena curva do intestino. O volume da hérnia costuma aparecer nos momentos de esforço físico, ou mesmo de tosse. “É comum observar que a hérnia desaparece quando a paciente está deitada”, detalha o cirurgião.

O agravamento se dá justamente quando este “retorno” da hérnia não acontece mais. A pequena alça intestinal que escapa fica presa, correndo o risco de ter o fluxo sanguíneo interrompido, o que pode desencadear uma infecção que leva ao risco de vida.

Como evitar

A forma de evitar as hérnias abdominais é a mesma de quase todos – ou todos – os problemas de saúde: se manter no peso adequado para seu tipo físico e reforçar a musculatura com atividades físicas. Para evitar o risco de encarceramento da hérnia, a cirurgia é uma indicação segura e eficaz. Ela pode ser feita por laparoscopia, com cortes mínimos e recuperação rápida. No procedimento, a abertura da parede abdominal é coberta por uma tela de uso cirúrgico, evitando novos escapes.


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