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Dia da Mamografia: um guia completo sobre o exame

Mamografia é o método mais eficaz para diagnóstico de câncer de mama e precisa fazer parte da rotina da mulher

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No dia 5 de fevereiro é comemorado o Dia Nacional da Mamografia, com o intuito de conscientizar a população sobre a importância da realização do exame - o método mais assertivo para o diagnóstico do câncer de mama. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 66.280 casos novos da doença, para cada ano do triênio 2020-2022. Esse valor corresponde a um risco estimado de 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres. 

Conforme explica a chefe do Serviço de Mastologia do Hospital Moinhos de Vento e presidente-voluntária do Imama/FEMAMA, Maira Caleffi, além do diagnóstico do câncer de mama, a mamografia permite ainda identificar microcalcificações (pequenos grupamentos de cristais de cálcio que por vezes são produzidos por células de mamas atípicas), assimetrias, nódulos ou lesões nas mamas, que não seriam possíveis de identificar com a simples palpação ou outros exames de imagem. “Por isso, é importante que seu resultado seja acompanhado por um especialista em imagem das mamas regularmente”, orienta.

O Bella Mais montou um guia com tudo o que você precisa saber sobre a mamografia. Confira:

Quando é necessário fazer?

É necessário que o exame seja feito anualmente para identificar tumores ou lesões nas mamas o mais precocemente possível. A mamografia de rotina evita achados em estágios mais avançados com menos chance de cura e tratamentos mais agressivos. Além dos exames de imagem que não devem ser feitos de rotina em mulheres antes dos 35-40 anos, exceto aquelas com familiares com câncer de mama diagnosticados antes dos 40-45 anos, é fundamental conhecer a sua mama. 

“Isso significa se apalpar, pode ser na hora do banho ou em frente ao espelho. Quando uma pessoa está familiarizada com a sua mama, consegue detectar com mais facilidade o surgimento de alguns sinais que apontam para a necessidade de buscar atendimento médico com urgência, são alguns: sangramento pelo mamilo, uma ferida que incomoda na ponta do seio, um caroço ou uma íngua grande abaixo do braço”, orienta Maira. O tecido mamário é dinâmico e, por isso, ninguém melhor que a mulher para conhecer a sua mama. 

Na mulher que menstrua, algumas mudanças nas mamas podem ocorrer durante o mês tanto no período antes da menstruação (mamas inchadas e dolorosas) como na fase menarca (primeira menstruação), na época da gravidez e até na menopausa. “Por isso, o autoconhecimento deve começar no momento que a pré-adolescente ou adolescente tiver conhecimento do próprio corpo. Mesmo que sejam poucas as mães que conversem com suas filhas sobre o assunto, o ideal é que ocorra a orientação”, afirma a médica. 

Além de conhecer as suas mamas, é preciso também conhecer os fatores de risco. A hereditariedade, por exemplo, não passa de um total de 10% dos casos, ou seja, 90% estão associados a outros motivos. “Embora todos os cânceres sejam de alterações genéticas, nem todos são hereditários. O fator mais conhecido é o histórico familiar. Porém, acima dele estão a obesidade, a falta de exercícios e o sedentarismo, o uso abusivo de bebidas alcoólicas, de hormônios e de reposição hormonal. Outro agravante, até maior que a obesidade, é a idade. Quanto maior a idade, maiores são as chances de desenvolver câncer de mama”, explica Maira.

Para quem é indicada?

Acima dos 40 anos o risco começa a crescer e, no caso dos jovens com histórico familiar de câncer de mama, o exame precisa ser feito ainda mais cedo. “Existem muitas mulheres nessa faixa etária e o número de casos abaixo dos 50 anos perfazem quase a metade do total de casos identificados, segundo estatísticas nacionais”, indica a médica. 

 Como se preparar para o exame?

– Evite peças de roupa como vestido, porque durante o exame a paciente vai precisar despir o tronco;

– Evite aplicar creme, talco, desodorante ou perfume sobre a pele antes de fazer o exame, porque estes podem prejudicar a captura das imagens;

– Se tiver feito outros exames nas mamas anteriormente, leve-os no dia do exame. “Exames anteriores, quando comparados com o atual, podem facilitar o descobrimento de alguma anormalidade na região”, alerta Maira.

Homens também fazem mamografia?

Os homens também podem ter câncer de mama e pouco se fala, mas é importante que eles também sejam questionados. “O autoconhecimento, por exemplo, é importante, pois às vezes o homem chega no consultório com um quadro bem mais avançado que muitas mulheres por desconhecer do fato. Se um homem tiver algum sintoma na mama deve procurar um mastologista. Esses profissionais são especializados em qualquer problema da glândula mamária, de qualquer sexo e em qualquer idade”, orienta. 

Qual a importância da realização do exame? 

A mamografia é fundamental na detecção precoce e para um tratamento do câncer de mama mais correto. Entretanto, mesmo que muitos brasileiros reconheçam a importância da mamografia, apenas 46,2% das mulheres o fizeram, pelo menos uma vez ao ano, sendo que 27% da população feminina nunca realizou o exame. Os dados são da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA). 

Maira ressalta que, em razão da pandemia e por medo de contrair o vírus, muitas pessoas deixaram de marcar suas consultas. “É indispensável destacar que em muitos locais foram criados fluxos específicos para os atendimentos de pacientes suspeitos e confirmados com a Covid-19. As pessoas precisam fazer seus exames médicos de rotina, estamos super atentos para agilizar e fazer com que não se exponham ao vírus”, alerta a médica. 

A mastologista aponta que, até agosto, houve uma queda de diagnósticos novos de 30 a 40%. “Então, infelizmente, calcula-se que tem muita gente em casa, esperando a pandemia acabar para procurar ajuda. Não deixem de buscar atendimento. O câncer não espera!”, finaliza. 

 


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