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Infertilidade secundária: quando o problema é ter o segundo filho

Idade é o principal motivo para dificultar a chegada do segundo filho

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“Tive o primeiro filho, logo, não sou infértil e não terei dificuldades para ter o segundo”. Apesar de ser um pensamento comum entre milhares de mulheres, em muitos casos, esse segundo filho pode não vir tão rápido quanto se espera. Segundo a especialista em Reprodução Assistida Cláudia Navarro, a infertilidade secundária, como é chamada, envolve uma série de fatores.

A médica explica que alguns deles têm a ver com o intervalo entre uma gestação e outra. “Pode ser que, no meio do caminho, algo tenha acontecido tanto com a mulher quanto com seu parceiro”, comenta.

Os principais motivos

Um dos fatores que podem atrapalhar uma segunda gestação é a idade. Afinal, a capacidade reprodutiva feminina começa a cair consideravelmente após os 35 anos. “Então, se você considerar uma mulher que teve filho ainda bem jovem e deseja uma nova gravidez após os 35, essa dificuldade pode ocorrer”, explica a especialista.

Outros fatores estão ligados ao surgimento de miomas ou pólipos no útero. Os miomas uterinos geralmente são tumores benignos, e muito comuns. Segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), cerca de 80% das mulheres em idade fértil têm miomas, apesar de que eles serão a causa da infertilidade em menos de 5% dos casos. “Eles crescem a partir da parede do útero e variam de localização e tamanho. Essas variações, principalmente a localização,  determinam o impacto que ele terá na saúde do aparelho reprodutor”, explica Cláudia.

Problemas com a qualidade do esperma do parceiro também entram na conta. Por algum motivo, como infecções, os espermatozóides podem ter perda de motilidade e de concentração. “A concentração de espermatozóides pode diminuir ou eles podem ter alterações na motilidade. Por isso, mesmo aqueles homens que já são pais devem fazer o espermograma, além dos exames habituais da mulher”, explica a médica.

Cuidado psicológico

Segundo Cláudia, é comum que a mulher passe por um momento de frustração e um mix de emoções ao perceber que não está conseguindo engravidar novamente. “A mulher que já passou por uma gestação chega na tentativa da segunda com muita expectativa. E acredita que será fácil”, diz.

A médica lembra que quando a mulher percebe que os meses estão passndo e ela ainda não engravidou, ela começa a se questionar. “‘Por que está acontecendo isso comigo?’ é uma pergunta comum no consultório, mas é exatamente para respondê-la que os profissionais de reprodução assistida estão ali”, explica.

Cláudia lembra que após um ano de tentativas sem sucesso, o casal deve considerar a ajuda médica. “As chances de infertilidade são as mesmas para homem e mulher, então os dois devem fazer exames”, orienta. “Além disso, se a situação estiver se tornando muito difícil, emocionalmente falando, o casal é orientado a procurar ajuda psicológica”, comenta a médica.

“Às vezes a mulher se culpa, se sente responsável por não conseguir o segundo filho, se sentindo até mesmo incapaz. Por isso, o acompanhamento psicológico é muito importante nesses casos”, salienta.


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