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Outubro Rosa: atenção e cuidado com a saúde da mulher precisam durar o ano inteiro

Empresas têm um papel importante na promoção contínua e permanente da saúde da mulher

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Estamos no Outubro Rosa, mês marcado por ações de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico do câncer de mama. Ao redor do mundo, o laço rosa - símbolo da campanha - ganha espaço na mídia e nas empresas, como forma de chamar atenção para este, que é o segundo tipo de câncer com maior incidência entre as mulheres no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

A relevância da campanha é inegável, pois, conforme mostrou um estudo brasileiro publicado na revista Public Health in Practice, as ações promovidas durante o Outubro Rosa aumentam em 39% o rastreamento do câncer de mama nos serviços públicos de saúde. 

“A importância se dá por ampliar a consciência sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. As campanhas de divulgação aumentam significativamente a busca por exames preventivos, sendo um movimento coletivo fundamental para o autocuidado e saúde das mulheres”, pontua Soraia Schutel, doutora em Administração, educadora e cofundadora da Sonata Brasil, escola de formação de líderes.

Cuidado deve permanecer, mesmo quando o mês termina

Para que esse efeito positivo se prolongue, Soraia explica que o cuidado com a saúde da mulher precisa ser contínuo e permanente. “Ter um mês do ano dedicado ao tema, auxilia na construção de novos hábitos de exames. Todavia, quando falamos de saúde integral da mulher, são necessários muitos outros novos movimentos”, afirma.

Ela alerta que é papel das empresas e organizações promoverem a saúde e o bem-estar das colaboradoras durante o ano inteiro, não apenas no Outubro Rosa. E isso pode ser feito de forma simples. Um exemplo citado pela educadora são os espaços de amamentação.

“Quantos aeroportos, empresas, etc. têm salas exclusivas para amamentação? E não é uma questão de custo, pois uma pequena sala já resolveria a questão. Ou seja, temos um longo caminho pela frente quando falamos em saúde integral, pois é sobre construir uma nova cultura”, complementa.

Pandemia evidenciou a necessidade de olhar para saúde 

Essa necessidade de trazer para dentro das empresas um olhar mais atento à saúde e às demandas dos colaboradores é um dos efeitos trazidos pela pandemia. Antes da Covid-19, o Brasil já ocupava as primeiras posições no ranking dos países com os maiores índices de ansiedade do mundo, de acordo com Organização Mundial da Saúde. Após o período, a situação piorou e o número de pessoas com depressão e burnout aumentaram, trazendo a questão da saúde organizacional para o centro das discussões. 

Na visão da cofundadora da Sonata Brasil, muitas organizações ainda estão aprendendo a como disponibilizar o suporte necessário, mas já há avanços. “Iniciativas têm sido realizadas pelas empresas visando o cuidado de seus colaboradores. Palestras de conscientização sobre saúde mental, rede de apoio com profissionais de saúde, formação dos times de liderança sobre o que é ser líder nesse tempo estão entre ações prioritárias nesse momento”, destaca Soraia.

A educadora ressalta, porém, que de nada adianta colocar no planejamento da empresa a saúde dos colaboradores e fazer apenas ações pontuais. “A mudança cultural requer comportamentos diários sobre o norteador estratégico, uma mudança efetiva da atitude dos líderes, programas que engajem colaboradores no tema da saúde. Coerência é a palavra chave para o impacto positivo”. Ou seja, para sair do plano para a prática diária empresarial, é preciso incentivar e conscientizar sobre o cuidado com a saúde constantemente e não em um único mês.

por Vitória Nunes Soares

Como boa repórter, está sempre pronta para aprender sobre todas as coisas. Tem estilo low profile, ou seja, é meio sumida das redes sociais pois prefere viver.


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