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Estudo aponta que empresas lideradas por mulheres têm melhores práticas de ESG

Um estudo mostrou que 52% das empresas com alta pontuação em ESG são comandadas por mulheres

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Muito tem se falado sobre sustentabilidade, inclusão e diversidade no mundo dos negócios. E foi a preocupação com essas questões que fez os princípios da agenda ESG se popularizarem. 

A sigla, que em inglês significa Environmental, Social and Governance, reflete sobre a necessidade das empresas assumirem um compromisso com o meio ambiente, as pessoas e com uma boa gestão. Na prática, quem tem melhor conduzido a implementação de práticas relacionadas ao ESG nas organizações são elas, as mulheres. 

Presença feminina estimula mudanças culturais

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), desenvolvido pela mestre em Gestão para Competitividade, Monique Cardoso, mostrou que 52% das empresas com alta pontuação em ESG têm mulheres em cargos de liderança. 

Além disso, entre as companhias com alta performance nos âmbitos socioambientais e governamentais, somente pouco mais de 15% não possuem mulheres em funções administrativas e em diretorias. Mas, o que ajuda a explicar esses números?

Na visão de Eliane Davila, doutora em Processos e Manifestações Culturais e colíder da Filial Regional do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB) no Rio Grande do Sul, a própria presença feminina contribui para uma transformação social.

“A representatividade feminina dentro das organizações não só traz resultados para a empresa, mas estimula uma mudança cultural de gestão empresarial, que, historicamente, dá ênfase à competitividade e a hierarquias engessadas”, afirma.

Para Eliane, a presença feminina mostra a necessidade de valorização da inclusão,  empatia, respeito à diversidade e necessidade de uma gestão mais humanizada. Além disso, as características femininas trazem novos e importantes elementos para os negócios, como o amor e cuidado. A soma de todos esses fatores, pode ajudar a explicar porque organizações com mulheres à frente têm um melhor desempenho da agenda ESG.

“De forma geral, empresas que possuem um olhar para a inclusão feminina em suas equipes, cargos de liderança e conselhos, administram de forma eficiente as relações com todos os stakeholders; fortalecem sua reputação junto aos investidores; estão mais preparadas às mudanças e demonstram-se mais rentáveis”, destaca a colíder do ICCB-Filial RS. 

A importância de adotar práticas ESG

As empresas só têm a ganhar adotando práticas ESG. Isso porque, segundo Eliane, a agenda não é uma tendência passageira. Mais do que isso, as novas gerações estão cada vez mais priorizando o consumo de marcas que sejam mais transparentes e responsáveis, algo que é observado também pelos investidores

“O ESG não é nenhum modismo, é uma forma de conduzir a gestão do negócio. O termo também é usado para indicar que a empresa tem práticas conscientes e responsáveis, que colaboram para um modelo de negócio que contempla a geração de valores para todos, regenera o planeta e constrói uma sociedade mais equânime. Dessa forma, as empresas se tornam mais eficientes e lucrativas”, explica.

Esse movimento, para a implementação de práticas ESG, deve começar com os gestores. Segundo a doutora e colíder do ICCB-Filial RS, em primeiro lugar, é necessário colocar a agenda sustentável como parte da estratégia da empresa, trazendo transparência, ética e integridade para a gestão do negócio.

Além disso, as mulheres também devem participar das lideranças e conselhos administrativos, construindo estratégias que valorizem, verdadeiramente, a equidade de gênero e promovam a inclusão. “Pensar em uma empresa diversa não quer dizer que ela seja inclusiva. Inclusão tem a ver com poder de decisão”, comenta Eliane.

Como ser mais inclusivo

Eliane finaliza com algumas dicas de como as organizações podem ser mais inclusivas e também mais acolhedoras com as mulheres. Veja abaixo:

Promova uma mudança de mindset, que comece com a liderança, mas que seja vivenciada por toda a organização;

Ofereça um incentivo à educação; 

Disponibilize benefícios como licença maternidade estendida; 

Crie processos de seleção mais inclusivos; 

Incentive o respeito à diversidade; 

Revise políticas de salários.

por Vitória Nunes Soares

Como boa repórter, está sempre pronta para aprender sobre todas as coisas. Tem estilo low profile, ou seja, é meio sumida das redes sociais pois prefere viver.


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