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Jovem inspiração: gaúcha de 12 anos é tricampeã mundial de jiu jitsu

Bianca Ribeiro já conquistou mais de 40 medalhas em competições nacionais e internacionais

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Natural de Porto Alegre, Bianca Ribeiro ou Bianca Nega Touro, como é mais conhecida, tem apenas 12 anos mas já coleciona várias vitórias e títulos como lutadora de jiu jitsu. A paixão pelos esportes começou ainda pequena. A jovem sempre gostou de assistir lutas de UFC com o pai, e quando tinha 4 anos disse que gostaria de lutar. Os pais então a colocaram numa escola de Kung Fu.

O apelido, que hoje faz sucesso, foi dado à Bianca antes mesmo dela entrar para o mundo esportivo. “Eu botei o apelido de Nega Touro em homenagem à música do Elton Saldanha, ‘Baile das Negra Touro’, porque ela era bem pequenininha, gordinha e forte, com o cabelo cacheado”, explicou o pai da lutadora, Marcelo Ribeiro.

Conquistas e títulos

O que começou como uma brincadeira hoje é coisa séria. Mesmo tão jovem, Bianca já é uma atleta profissional e tem uma rotina de treinos semanal, que vai de segunda a sábado. Domingo é o dia oficial do descanso. 

A Nega Touro começou a competir com 7 anos e foi com essa idade que ganhou o seu primeiro título. Era o quarto campeonato em que a jovem participava. Essa conquista, no entanto, foi apenas o início de uma trajetória cheia de vitórias. Até agora, Bianca já ganhou 45 medalhas, sendo 38 de ouro, duas de prata, três de bronze e duas por participação.

Entre os títulos mais importantes conquistados por ela, estão três campeonatos mundiais - Bianca é Tricampeã do Abu Dhabi Pro de Jiu Jitsu. E tem ainda dois cinturões: um do GP de Gravataí e o cinturão da Copa Company que é realizado no Rio de Janeiro.

Determinação para superar os desafios

A trajetória de Bianca é repleta de desafios. Não apenas dentro dos tatames, mas também fora deles. O pai, Marcelo, comenta que o jiu jitsu ainda é muito elitizado e que a questão financeira é um obstáculo. “Não é um esporte para a classe mais baixa. Cada kimono, por exemplo, custa R$ 400. O treinamento e a academia são caros e as inscrições custam R$ 100 em cada campeonato que ela disputa, fora os gastos com viagem, deslocamento e alimentação. O que nos impede de voar cada vez mais alto é a barreira financeira”. 

Marcelo explica que as viagens para campeonatos no exterior têm um custo muito alto, chegando a até R$ 20 mil. “Se não tivéssemos apoio, não teríamos como estar disputando todos os títulos”. O pai da atleta lembra também que quando a menina começou a lutar, eles não tinham patrocínio. Foi necessário encontrar outras formas de cobrir os gastos.“A gente vendia bala, vendia bolo de pote, fazia rifa, para conseguir as passagens aéreas”, recordou.

Pódium é a recompensa

Mesmo diante das dificuldades, Bianca e sua família tiveram determinação e não desistiram. Hoje eles conseguem custear as despesas com o apoio de empresários de Viamão e outros parceiros, além da comunidade, amigos e seguidores. “A gente corre muito com ela, sofre junto. Ficar em cima do pódio é a coisa mais boa que tem, mas para chegar lá, o caminho é muito árduo, porém tudo é recompensado na hora do título. O dia em que ela ganhou a competição em Abu Dhabi então, foi uma sensação maravilhosa. Ser pai dela é uma benção de Deus”, diz Marcelo orgulhoso da filha. 

Sobre os planos para o futuro, Bianca pretende ficar firme no jiu jitsu e não quer trocar o esporte por outra arte marcial. A jovem quer seguir lutando para chegar o mais longe que puder. Quando não for mais possível lutar, o sonho do atleta é dar aulas e continuar vivendo do esporte.

por Vitória Nunes Soares

Como boa repórter, está sempre pronta para aprender sobre todas as coisas. Tem estilo low profile, ou seja, é meio sumida das redes sociais pois prefere viver.


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