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Trabalho: é possível encontrar emprego com mais de 50 anos?

Profissionais dessa faixa etária podem encontrar dificuldades para se recolocar, mas há alternativas

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Procurar emprego após os 50 anos não é incomum - afinal, cada vez mais as pessoas chegam a essa idade ativas e muitas vezes com as mesmas necessidades financeiras de quando eram mais jovens. Entretanto, será que o mercado de trabalho está preparado para receber estes profissionais?

O presidente da Gi Group do Brasil Recursos Humanos, Carlos Martins, enxerga uma tendência das empresas de buscarem esses profissionais, principalmente com dois focos. O principal é a competência e maturidade que eles têm e podem agregar para as corporações. 

“Muitas vezes são profissionais que conhecem muito de um processo ou de algum tema específico, mesmo que algumas vezes exista uma defasagem em termos de processos mais digitais e virtuais, mas têm um histórico muito grande de um determinado mercado, setor ou processo e então são vistos pela competência e maturidade”, aponta Martins.

De acordo com o gestor, outro ponto que favorece a valorização é que se começa a enxergá-los também como um público de trabalho de diversidade. “Se fala muito das questões de gênero, raças, orientação sexual, mas o tema da idade que tem a ver com a parte geracional, principalmente ao que está ligado aos baby boomers, também começa a ganhar destaque nos trabalhos de diversidade, justamente porque esses profissionais precisam ser, estar e se sentirem incluídos nas organizações”, explica.

As empresas estão preparadas?

Uma das maiores preocupações dos profissionais 50+ é o possível receio que as empresas podem ter na hora da contratação, por conta da idade. Martins entende que estamos passando por um processo de transformação e as companhias passam a reconhecer cada dia mais a importância de funcionários mais experientes para atividades que não sejam apenas de liderança.

“No passado, existia a ideia de que esse profissional fosse bom, ele estaria em posições mais altas, e com isso, profissionais em posições operacionais e especializadas (posições que não seja de liderança), eram vistos como limitadores de carreira”, comenta o gestor.

Para Martins, o receio vem diminuindo porque o preconceito diminuiu e as pessoas começaram a entender que as pessoas são bem-sucedidas de outras formas, extrapolando a "expectativa"de ir assumindo posições mais altas.

“Muitas pessoas já pensam que os profissionais devem ser contratados pelo seu perfil (competências, características, experiência e motivadores) e menos por sua aparência, sua idade, etnia, orientação sexual, entre outras”, defende. “Eu diria que não tem a ver com a idade, mas tem muito a ver com o perfil profissional, com o comportamento e a atitude. Se a pessoa tem um comportamento correto e tem a preocupação em se atualizar, entender como está evoluindo o mercado de trabalho e suas tendências, ela não vai sair prejudicada nisso”, complementa.

Conquiste o mercado

Se você tem mais de 50 anos e está à procura de um lugar no mercado de trabalho, não desista! Martins separou dicas, confira:

  • Foque no seu desenvolvimento contínuo: entenda o seu perfil comportamental, se preocupe com as tendências, demonstre comprometimento. Todas essas características, independentemente da idade, farão você ser um profissional com mais oportunidades; 
  • Acompanhe e entenda a evolução da sua área de atuação. Muitos desses profissionais buscam apenas uma continuação da carreira, essa pessoa sempre esteve no mercado e tem acompanhado a evolução de suas áreas;
  • A idade não pode ser considerada como um critério para não considerar um candidato;
  • Talvez, no passado, um profissional poderia ser visto como antiquado, mas graças à evolução, hoje percebemos que 50 anos é uma pessoa extremamente ativa, então a idade é só um número. Queremos chegar ao ponto de falar do mercado para pessoas 50+ não vai ser mais uma pauta.

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