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Como está o mercado para profissionais com mais de 50 anos?

Entenda como a pandemia e os rótulos impactam o mercado de trabalho para essa faixa etária

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Segundo dados do IBGE, já são mais de 54 milhões de brasileiros acima de 50 anos. Apesar do grande número de pessoas, quando falamos em mercado de trabalho, ainda existe uma espécie de tabu a respeito da contratação de pessoas nessa faixa etária - elas não são bem-vindas em todas as empresas.  

De acordo com o gerente internacional de vendas da Gi Group, Fabrício Valim, o principal desafio são os "rótulos" que são dados a este público. “Quem tem 50 anos carrega experiência pessoal e profissional e na maioria das vezes utilizam a tecnologia com desenvoltura. Aliás, esse é outro paradigma. As pessoas recebem o rótulo que não conhecem de tecnologia pela idade que carregam, o que é um absurdo”, aponta.

Conforme explica o gestor, o mercado de trabalho está em fase de recuperação. Ainda existe um período longo até uma retomada completa, já que a pandemia não terminou. Olhando especialmente para as pessoas com mais de 50 anos, as empresas estão abrindo os olhos e as portas para receber profissionais mais experientes. “O motivo foram os outros programas de diversidade que foram executados. A partir desse ponto, as empresas perceberam que um ambiente diverso é mais criativo, ao contrário do ambiente em que os rótulos prevalecem. E aí moram boas oportunidades para profissionais com mais de 50 anos. É a experiência que fala mais alto. A capacidade de lidar com um cenário difícil e saber como lidar, é mais fácil para os que têm mais de 50”, afirma Valim. 

Mercado está se adaptando

Atualmente, podemos dizer que é mais comum termos pessoas com mais de 50 anos ainda no mercado de trabalho. O principal fator para a longevidade profissional está associado à expectativa de vida. “Na década de 60, a média no Brasil era de 54 anos. Em 2018, de acordo com o Banco Mundial, esse número chegou perto dos 76 anos. Isso é 40% mais! Então é compreensível que as pessoas também estejam dispostas a continuar produzindo”, explica o gestor. 

Os maiores receios das empresas na contratação desse público podem ser resumidos em como o encontro das gerações se dará. Será que o gestor vai lidar bem com um subordinado mais velho? Será que o subordinado, vai se adaptar ao gestor mais novo? “Nesse contexto, o papel do RH é fundamental. Afinal, não basta ‘convidar para a festa, tem que chamar todos pra dançar’. Isso é inclusão. Quando todos sabem o que se espera, fica mais fácil lidar com qualquer medo”, aponta Valim.

O que as empresas esperam 

O mercado de trabalho espera profissionais que estejam aprimorando e aprendendo novas habilidades. Serve para todos, mas especialmente para os mais experientes. “E encarando que qualquer oportunidade também é pra você, prepare-se bem. No filme ‘O Estagiário’, Roberto De Niro, aos 70 anos, se inscreve para um nova vaga que fala que ‘os músicos só param quando a música neles acaba’. E ele sente que a música ainda vive com ele, por isso deve ser contratado. Eu achei isso inspirador. Se dá pra sentir isso aos 70, também dá para sentir aos 50, aos 60”, finaliza o gestor.


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