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Autossabotagem na carreira é mais comum entre as mulheres

Esses pensamentos negativos funcionam como mecanismo de defesa da mente

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Você já esteve prestes a se candidatar para uma vaga onde cumpria todos os requisitos e desistiu na última hora? Autocrítica exagerada, procrastinação e medo constante de errar fazem parte da sua rotina? Estes são alguns sinais de que você pode estar sendo vítima da autossabotagem na carreira. 

De acordo com a consultora de carreira Angélica Dalla Rosa, a autossabotagem na carreira corresponde a padrões de pensamentos negativos que nos levam a ter ações que prejudicam nossa performance e sucesso profissional – como procrastinar, chegar atrasado e não demonstrar seu máximo potencial. “É um fenômeno que acontece com grande parte das pessoas e está ligado a questões de infância e de criação”, explica.

É muito comum passarmos por momentos difíceis na infância e não sabermos lidar com isso - seja porque achávamos que nossos pais gostavam mais do nosso irmão do que de nós, ou porque não tínhamos muitos amigos, ou porque não éramos a pessoa mais bonita ou inteligente da sala. “Nesses momentos desafiadores surgem os pensamentos negativos, que chamamos de sabotadores mentais, funcionam como um mecanismo de defesa da nossa mente para lidar com a situação. Eles são úteis naquele momento da nossa vida mas, quando se mantêm presentes na nossa vida adulta, atrapalham nossa carreira e nossos resultados” aponta Angélica.

Fenômeno é mais comum entre as mulheres

As mulheres tendem a ser muito exigentes e críticas consigo mesmas, características que podem levar à autossabotagem. “Isso ocorre, principalmente, em função da pressão da sociedade para que a mulher tenha determinados comportamentos e siga um padrão considerado ideal. Felizmente há várias iniciativas para mudar esse cenário de desigualdade de gênero, mas ele ainda é uma realidade”, explica a consultora.

A autossabotagem ocorre quando fazemos coisas que não vão de encontro ao que gostaríamos de estar fazendo e ao que pode nos trazer os resultados que buscamos. “Autocrítica exagerada, não se sentir competente, a procrastinação, o medo constante de errar, tentar ser auto suficiente o tempo todo, colocar os outros como prioridade sempre e não saber dizer não são alguns exemplos de autossabotagem muito comuns entre as mulheres”, comenta.

Como reverter o quadro

Angélica explica que os sabotadores mentais são como inimigos invisíveis: se você não enxergá-los você não conseguirá lutar contra eles. Por isso, a melhor forma de minimizar a força da autossabotagem é tomar consciência quando esses pensamentos ocorrerem e não se deixar levar por eles. 

“Invista no seu autoconhecimento e pare para refletir: quais são os momentos que esses sabotadores aparecem? Antes de uma reunião importante, onde eles te fazem pensar que será um desastre? No final do expediente do trabalho, te fazendo acreditar que será demitido?”, reflete Angélica. 

A consultora também orienta a mapear os momentos em que eles costumam aparecer e colocar lembretes na sua casa e no seu escritório para que, quando eles aparecerem, você possa rotulá-los pelo que eles são: apenas pensamentos sabotadores. “Por exemplo: ‘olha só o sabotador me dizendo que a reunião será um desastre... Eu sei que vou dar o meu melhor, e é isso que importa’.  Pequenas ações como essas, feitas de forma consistente, te ajudam a minimizar o efeito da autossabotagem. O autoconhecimento e a consciência são os segredos para isso – não há por onde fugir”, acrescenta.

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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