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Conheça a única tabeliã de Porto Alegre

Rita Bervig Rocha é a única mulher a comandar um dos 14 tabelionatos da Capital

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A cidade de Porto Alegre conta com 14 tabelionatos. Todos têm características muito comuns. Menos o 7º, que tem uma particularidade: é comandado por Rita Bervig Rocha, a única mulher tabeliã da capital gaúcha. Ela também é a primeira mulher à frente da serventia do 7º tabelionato, ao longo de 63 anos de existência.

No último concurso prestado, entre os dez primeiros colocados estavam apenas ela e outras duas mulheres. “Ser titular de cartório na capital de algum Estado da federação exige que o candidato tenha se classificado nas primeiras colocações do certame, extrema disciplina e estudo são fundamentais”, aponta Rita. “Ser a única mulher Tabeliã de Notas de Porto Alegre é gratificante, e espero que outras mulheres se inspirem a buscar aprovações em concursos públicos”, complementa. 

A advogada de 33 anos começou a carreira atuando no Direito, mas poucos meses depois passou a se dedicar aos concursos públicos para delegação de Cartórios. “Em 11 anos de carreira, realizei estes concursos em mais de dez estados do Brasil. Fui concursada titular de cartório em Salvador, na Bahia, durante três anos, mas o desejo de ser aprovada no concurso do Rio Grande do Sul e me tornar tabeliã no meu estado natal, sempre permaneceu em mim”, relata.  

Trajetória marcada pela distância

Para chegar ao posto pretendido, Rita precisou alçar vôos distantes até voltar para casa. Ao longo da última década, a tabeliã realizou mais de dez concursos públicos, conquistando, em 2016, a titularidade do Cartório São Caetano, em Salvador (BA). Em terras baianas, ela não ficou distante apenas da sua família como também do marido.

Embora “adversários de concurso” na última década, o casal dividiu a rotina de estudos e o objetivo de poder atuar no mesmo estado, o que foi possível há dois anos, quando ambos foram aprovados nas primeiras colocações no concurso do Rio Grande do Sul.

Na prova que concedeu à Rita a titularidade do 7° Tabelionato foram quase três mil inscritos do país todo. A posse, ocorrida em agosto de 2019, compensou os anos de dedicação com disciplina rígida de estudos e até dieta especial para encarar a maratona de provas.  “Quando chegou a minha vez na cerimônia pública de escolha de serventias, percebi que realmente tinha voltado para casa. Foi emocionante dividir esse momento com o meu esposo e com a minha família”, relata. 

Ser mulher e tabeliã

De acordo com Rita, uma vez que a titularidade da delegação está atrelada à aprovação em concurso público, ela não encontrou tantas dificuldades neste meio, como vemos em outros setores com predominância masculina. “Entretanto, é de se considerar que ainda somos um número pequeno. Entre os 10 primeiros colocados do concurso, com aproximadamente três mil candidatos, fomos apenas em 3 mulheres”, aponta. 

O recado dela para outras mulheres que perseguem o mesmo sonho é: perseverança. “Digo a outras mulheres o que sempre repeti a mim mesma durante todos estes anos: provar repetidamente nossa capacidade nos torna duas ou três vezes mais preparadas. Acredite em si, sempre, mas com foco e disciplina proporcionais ao tamanho do seu sonho”, deseja. 

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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