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Jill Biden, uma oportunidade para transformar o papel de primeira-dama

Esposa do presidente eleito Joe Biden promete continuar trabalhando como professora universitária

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Por meses, Jill Biden atravessou os Estados Unidos sem descanso, com uma mensagem: apenas Joe Biden pode unir um país dividido ao extremo. Sua energia e mensagem otimista são apreciadas pelos eleitores democratas, e também por alguns republicanos.

Agora que seu marido chegou à Casa Branca, terá a oportunidade de promover o papel de primeira-dama no século XXI, mantendo seu emprego em tempo integral como professora. "A maioria das mulheres americanas tem uma vida profissional e uma vida familiar, mas as primeiras-damas nunca tiveram permissão para isso", disse Katherine Jellison, professora de história da Universidade de Ohio.

"Talvez tenha chegado a hora, no entanto, em que mais americanos se sintam confortáveis com uma primeira-dama que não está de plantão na Casa Branca 24 horas por dia, sete dias por semana".

Em 43 anos de casamento com Joe Biden, ela sempre foi uma conselheira de confiança do senador por Delaware e ex-vice-presidente de Barack Obama, que derrotou o presidente cessante Donald Trump.

Como primeira-dama, deve trabalhar em questões de educação e relançar "Joining Forces", uma missão para mobilizar famílias de militares que ela e Michelle Obama começaram em 2011. 

Joe e Jill Biden se casaram em 1977, cinco anos depois de uma primeira tragédia, quando a primeira mulher do senador e sua filha morreram em um acidente de carro. 

Ainda pequenos, seus dois filhos sobreviventes, Beau e Hunter, sugeriram ao pai que se casasse com Jill, lembra Joe Biden em suas memórias, onde escreveu: "Ela me devolveu a vida".

"Ela é a pessoa mais forte que eu conheço", elogiou Biden, em um vídeo por ocasião da Convenção Nacional Democrata em agosto.

Primeira-dama do século XXI

Jill Biden interrompeu sua carreira quando teve sua filha, Ashley, em 1981, mas retomou os estudos para obter um doutorado em educação.

Ela ainda dá aula em uma universidade no norte da Virgínia, perto de Washington, onde deseja continuar trabalhando mesmo que o marido se torne presidente.

Sem contar Hillary Clinton, que foi senadora por um breve período após a administração de seu marido, Jill Biden seria a primeira-dama a seguir sua carreira profissional.

Se fizer isso, "mudará para sempre as expectativas e limitações" do papel, estima Kate Andersen Brower, autora de um livro sobre a história das primeiras-damas americanas, ressaltando que "a maioria das mulheres americanas deve conciliar a vida profissional com a vida familiar".

Jill Biden se envolveu na campanha do marido desde as primárias. O candidato democrata adquiriu o hábito de se apresentar como "marido de Jill Biden". 

Solidamente ao lado do marido, ela denunciou as "calúnias" lançadas pelo lado de Trump para "desviar a atenção", em referência às recentes acusações de corrupção contra Joe e Hunter, o filho mais novo envolvido na polêmica sobre seus negócios na China e Ucrânia, quando seu pai era o vice de Barack Obama. 

Manteve-se discreta, porém, diante da acusação de um estupro que teria ocorrido na década de 1990, feita por Tara Reade e rejeitada categoricamente por Joe Biden. 

O senador por três décadas e vice-presidente por oito anos (2009-2017) também foi denunciado por ter uma relação muito "tátil" com as mulheres, que se queixavam de gestos invasivos e inadequados.

Jill Biden diz não ver nada além de um comportamento inocente do marido. Joe, por sua vez, garante ter "aprendido" com as declarações dessas mulheres que consideraram seu espaço privado invadido.

AFP


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