Inflação pessoal: saiba como fazer o seu dinheiro render mais

Foi no mercado e achou tudo mais caro? Essa variação nos preços é resultado da inflação: no ano, o IPCA-15 registra alta de 5,65% e, no acumulado dos últimos 12 meses, de 12,04%. Porém, saber estes índices pode não representar matematicamente a queda (ou aumento) do seu poder aquisitivo. 

Para saber o real impacto da alta dos preços na sua vida, você pode calcular a sua inflação pessoal, que é aquela sentida individualmente, no bolso de cada casa ou família. Para calcular a sua inflação pessoal, você precisa ter na ponta do lápis tudo o que consome. Ter seus hábitos de consumo mapeados é essencial porque vai permitir comparar os gastos de um período para outro. 

Prepare a planilha e faça as contas

Calcular a variação da sua inflação pessoal é super simples, apesar de, no começo, parecer trabalhoso. Para isso, você precisa:

- Listar em uma planilha ou lista tudo o que consome em um mês normal da sua vida, item por item;

- Para facilitar, você pode agrupar os itens em categorias, como alimentação e bebidas, habitação (luz, água, internet etc), transporte, saúde e cuidados pessoais, educação, entre outras;

- Anotar ao lado de cada item a quantidade que costuma comprar e consumir em um mês. Ou seja, você vai listar quantos quilos de arroz, de carne, quantos litros de gasolina ou passagens de ônibus usou. Ao lado, coloque quanto gastou para comprar aquela quantidade no mês 1;  

- Todo fim de mês você vai repetir a anotação do valor gasto, considerando as quantidades fixadas no mês 1;

- Quando terminar de listar todos os itens, some quanto gastou em cada mês e compare. Por exemplo: se no mês 1 você gastou R$ 200 e no mês 2 foram R$ 250, a sua inflação pessoal é de 25% - índice bem superior aos 12,04% do IPCA acumulado dos últimos 12 meses.

Se você identificar que a sua inflação pessoal está acima da inflação oficial do período, você sabe que o seu poder de compra foi menor do que a média nacional. Ou seja, é hora de fazer ajustes e reduzir gastos nos grupos em que a inflação ficou muito alta. Já se a sua inflação pessoal está abaixo da oficial, é como se sobrasse dinheiro - o qual você pode guardar ou usar para aumentar seu consumo. A escolha é sua.

Quando você sabe quais são as suas despesas e a sua inflação pessoal, você consegue planejar melhor o orçamento, evitar ou quitar dívidas e até fazer investimentos. Com ela, você vai ter ciência de como a alta dos preços afeta a sua cesta de consumo e, com isso, pode tomar decisões que fazem sentido para a sua realidade financeira.