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Compras compulsivas: saiba como evitar a prática que pode se transformar em doença

As compras por impulso, muitas vezes escondem uma necessidade de compensar frustrações e vazios

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Uma pesquisa do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que, em 2018, 60% dos consumidores aproveitaram as facilidades de crédito para comprar algo não planejado, principalmente roupas, calçados e acessórios (19%), compras em supermercados (17%), perfumes e cosméticos (14%) e idas a bares e restaurantes (13%).

Porém, especialistas do SPC Brasil apontam que essa facilidade de crédito pode se tornar uma bola de neve caso o consumidor não se atente aos valores baixos das parcelas e os longos prazos. Ao buscar vários créditos, as pessoas correm o risco de acumular dívidas, chegando ao superendividamento e uma possível inadimplência.

Recentemente a economista e professora da Universidade Feevale, Lisiane Fonseca da Silva, explicou, aqui no Bella Mais, como fazer o dinheiro render mais, enfrentando a inflação e o achatamento dos rendimentos. Entre as dez dicas para economizar no dia a dia da economista, destacam-se a necessidade de organizar o orçamento, saber quanto se ganha e gasta e, principalmente, planejar compras futuras. 

Lisiane levantou uma questão relevante em relação ao planejamento. “Um ponto importante que precisamos sempre considerar é que muita gente compra para compensar alguma frustração”, frisa. Ela lembra que a economia é racional, parte do princípio de que as pessoas compram por necessidade - que pode ser primária (comer) ou secundária (por exemplo, comprar um perfume para se sentir bem). Além dessa possível compensação, muitas pessoas compram por impulso quando recebem algum estímulo ou facilitador. 

Autoconhecimento é fundamental 

Novamente, a primeira coisa que as pessoas precisam buscar é o equilíbrio entre o rendimento mensal e os gastos. “Quando ela compra de forma descontrolada, o orçamento costuma não dar conta”, diz. Isso acontece especialmente porque, ao usar a compra para suprir carências e angústias, a pessoa busca a excitação da ação de comprar e não a aquisição de um objeto em específico. 

Apesar de a compra por impulso ser um ato momentâneo, não podemos descartar que ela pode chegar ao nível de transtorno, quando o ato de comprar compulsivamente ganha um nome: oniomania. Ele só pode e deve ser diagnosticado por profissional da saúde mental (psiquiatra ou psicólogo), que poderá recomendar o tratamento, que inclui a terapia e pode contar com o apoio de medicação para ajuda no processo. 

Como posso evitar as compras compulsivas

Se você sente o impulso de comprar, mesmo quando não precisa do objeto, e acredita que isso pode ter relação com alguma frustração ou tristeza, nossa primeira recomendação é: procure atendimento médico ou psicológico para entender se é algo momentâneo ou algum transtorno.

Em ambos os casos, é importante adotar medidas que ajudem a evitar as compras por impulso, como: 

- Refletir sobre a compra antes de fazê-la: para dois minutos para responder, mesmo que mentalmente, questões como "eu realmente preciso desse produto?", "estou comprando por desejo ou necessidade?" e "eu posso pagar por essa compra?" ajudar na tentativa de não assumir gastos por desejos;

- Como a economista Lisiane recomendou quando conversamos sobre economia no dia a dia, ter o controle de todas as movimentações financeiras é essencial para saber onde gastamos e identificar rapidamente quando uma compra, que pode ter sido feita por impulso, impacta no orçamento mensal;

- Pesquisar e comparar os preços entre lojas – ir atrás das melhores oportunidades, além de ajudar a economizar caso a compra seja finalizada, também nos faz refletir sobre a necessidade daquele produto ou serviço. Ou seja, é mais uma chance de fazermos aquelas três perguntas e entender se é necessidade ou desejo;

- Acompanhar os gastos no cartão de crédito, pois nele costumamos acumular pequenos valores para “pagar depois” (e esse depois pode representar um rombo no orçamento dos meses seguintes). Da mesma forma, prefira comprar à vista pois, muitas vezes, as parcelas têm juros embutidos, sem falar que passam uma falsa sensação de que dá para comprar mais “uma coisinha” esse mês. nem sempre ocorre.

Sempre que for fazer uma compra, seja por necessidade ou por desejo, a regra é clara: pare, reflita, respire fundo e tenha em mente seu orçamento atual e futuro. Assim, você evita surpresas desagradáveis e gastos desnecessários.


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