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Saiba como tirar o sonho da casa própria do papel

Conhecer o próprio orçamento e saber fazer boas escolhas financeiras também são medidas fundamentais para chegar lá

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Trocar o aluguel pelo financiamento de um imóvel próprio é um passo muito importante e, por isso, precisa ser bem planejado. Essa é uma compra que exige um investimento alto, por isso, o primeiro passo é se organizar financeiramente. 

“Quando você lança seus ganhos e gastos em uma planilha, consegue calcular quanto sobra e, a partir desse valor, estabelecer uma meta mensal de poupança”, explica a professora de Contabilidade, Educação Financeira e Inovação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Wendy Carraro. Se o valor for muito baixo, você sabe que precisa analisar o orçamento e cortar alguns gastos. 

“Transforme essa prática em um hábito na sua vida: sabendo cuidar bem do seu dinheiro, a conquista do imóvel dos seus sonhos virá da melhor forma possível”, ressalta. Essa reserva financeira do primeiro imóvel pode ser usada de duas formas: para pagar a entrada de um financiamento ou comprar pagando à vista, se for possível juntar o dinheiro em um período menor do que ficará pagando o financiamento. 

“Para evitar dívidas, é sempre preferível pagar qualquer coisa à vista. Porém, devido aos altos preços dos imóveis, nem sempre isso é possível. Por isso, é importante ter em mente quais são as outras formas de pagamento possíveis e adequá-las de acordo com sua capacidade financeira”, comenta Wendy.

Dinheiro parado é sinônimo de prejuízo

A primeira medida a ser tomada, segundo Wendy, é fazer uma reserva financeira que permita dar uma entrada de pelo menos 30% do valor do imóvel. “Para fazer esta reserva é preciso cuidar muito bem das finanças pessoais e ter alto controle sobre os gastos”, frisa.

O segundo passo é fazer um planejamento financeiro para investir o valor poupado. “Dinheiro parado é sinônimo de prejuízo. Para fazer seu dinheiro render ao longo do tempo, busque opções como aplicações seguras de renda fixa, que garantem ganhos estáveis e previsíveis e oferecem liquidez e bons prazos, ou títulos públicos do governo, que rendem mais do que a poupança com a mesma segurança”, sugere. 

Wendy salienta que investir corretamente ajuda a diminuir o tempo que você vai levar para juntar o dinheiro necessário para comprar o imóvel, além de permitir fazer um planejamento melhor, tanto pelo lado financeiro quanto sobre o momento certo para comprar o imóvel. 

O que observar nas ofertas de financiamento 

Quando a pessoa opta por financiar a compra do imóvel, ela assume parcelas que, além do valor do imóvel, incluem a taxa de juros, a amortização da dívida e tarifas adicionais. 

“A taxa de juros é a compensação que a empresa que disponibiliza o crédito imobiliário tem pelo tempo em que o valor ficará emprestado e seu pagamento não contribui para a liquidação da dívida. Já a tarifa adicional inclui as despesas administrativas da empresa que concedeu o empréstimo, como custos de operação e o seguro, por exemplo. O valor dessa taxa varia entre bancos, construtoras ou instituições financeiras, por isso recomenda-se pesquisar”, detalha.

Wendy também recomenda que se opte por pagar o maior valor de entrada possível. “O ideal é conseguir pagar já à vista pelo menos 30% do valor do imóvel. Abaixo disso, o melhor a fazer é esperar e juntar mais dinheiro, pois quanto menor for a quantia a ser financiada, menores serão as parcelas e os juros a serem pagos e mais rápido o imóvel será quitado”, explica. O Fundo de Garantia também pode ser usado para diminuir o valor que precisa ser financiado. 

Mesmo com tanto planejamento, ninguém está livre de imprevistos. Sabendo disso, Wendy deixa uma dica final: além de colocar o valor total no papel e compreender o quanto o imóvel vai custar, é importante buscar ajuda de um consultor de imóveis, que vai atuar evitando que o comprador corra riscos de ser vítima de alguma transação prejudicial, e esclarecendo dúvidas sobre a compra, identificando possíveis problemas com documentação, pagamento, escrituras, entre outros trâmites.

“Lembrando que a compra não envolve apenas os valores do imóvel, mas também os gastos com impostos de transferência do bem, os gastos possíveis de manutenção do imóvel, de mudança, da necessidade de novos móveis, e tudo isso precisa ser considerado como gastos inerentes à compra”, finaliza.


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