Mude hábitos e economize energia elétrica

Depois de nove meses de alta, a conta de energia elétrica ficou mais barata em janeiro. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a queda foi de pouco mais de 1% no mês passado. Um dos principais motivos para o aumento do valor cobrado até então, é a crise hídrica enfrentada por vários estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Sul. Devido a essa situação, desde de setembro de 2021 os consumidores estão pagando uma taxa, chamada “bandeira tarifária de escassez hídrica”, que acrescenta à conta de luz R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos no caso dos consumidores gaúchos.  

Como a falta de chuvas ainda persiste, novos aumentos devem ocorrer nos próximos meses e, por isso, consumir energia de forma consciente vai ser fundamental para reduzir o valor da conta de luz. Pensando nisso, recorremos a uma especialista para entender os vilões do consumo de energia e como podemos reduzir os gastos.

Principais erros que aumentam o consumo de energia

Você sabia que alguns hábitos comuns e descuidos podem contribuir para o aumento do consumo de energia? É o que explica a economista e professora da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS, Wendy Carraro. Ela destaca que um dos principais erros cometidos pelos consumidores é não considerar de forma consciente que a energia elétrica custa dinheiro. Ou seja, quanto mais consumir, maior será o gasto com a conta de luz. 

A economista também listou algumas outras atitudes do dia a dia que encarecem a fatura no final do mês. Veja alguns exemplos:

- Não estimular a família a usar, de forma consciente e racional itens e equipamentos que consomem energia elétrica;

- Exagerar no tempo do banho (aqui o consumo é de energia e água);

- Deixar lâmpadas acesas durante o dia, não aproveitando a incidência de luz natural nos ambientes;

- Usar lâmpadas incandescentes, que consomem muita energia e produzem mais calor do que luminosidade, ou invés das lâmpadas de LED, que são mais eficientes;

- Desconhecer o quanto de energia é consumido pelos equipamentos utilizados em casa.

Sobre este último ponto, Wendy reforça a importância de conhecer a potência e o consumo de energia elétrica de cada aparelho. "Assim, podemos gerenciar e planejar melhor o seu uso", afirma. Equipamentos que possuem uma potência elevada, tendem a gastar mais. De acordo com informações da CEEE, os 10 eletrodomésticos que mais consomem energia são:

1. Aquecedor central de água

2. Chuveiro elétrico

3. Forno elétrico

4. Secadora de roupa

5. Torneira elétrica

6. Máquina de lavar louças

7. Ar condicionado

8. Aquecedor de ambiente

9. Ferro elétrico

10. Máquina de lavar roupa

Dicas para economizar energia 

Agora que você já sabe os principais erros que deixam a conta de luz mais cara, está na hora de aprender a economizar. Segundo Wendy, reduzir o consumo de energia envolve desde estratégias simples, como limitar a duração dos banhos, até mudanças maiores, como a substituição de eletrodomésticos antigos por modelos mais novos e eficientes. 

“Sempre que possível, programe seus banhos para horários que possa aproveitar a água mais morna ou fria, ou seja sem o aquecimento, especialmente agora no verão”, aconselha Wendy. Já se for ligar o ar condicionado, mantenha as portas e janelas fechadas enquanto o aparelho estiver ligado. Lembre-se também de limpar os filtros do aparelho regularmente, além de não deixar a saída do ar obstruída com móveis, cortinas ou outros utensílios.

Em relação a outros equipamentos domésticos, como máquina de lavar, máquina de secar e ferro de passar, o ideal é definir um dia específico da semana e juntar um volume maior de roupas para lavar, secar e passar. Também evite deixar muitos eletrodomésticos ligados na mesma tomada.

Com relação a geladeira, são algumas dicas: abra a porta da geladeira somente quando necessário e revise (e troque quando necessário) as borrachas de vedação periodicamente. Evite guardar alimentos e líquidos ainda quentes e não seque roupas na parte de trás - esses dois hábitos aumentam o consumo de energia.

Por fim, substitua as lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas ou LED, que têm uma durabilidade maior e consomem menos energia. E, claro, dê preferência à iluminação natural sempre que possível - essa é de graça.